sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Portugal - Um carro sem gasolina

A economia portuguesa começa a assemelhar-se perigosamente a um carro sem gasolina. E os carros sem gasolina param. A gasolina das economias é o crédito. Ora todos os sinais mostram que a gasolina necessária à economia portuguesa vai escassear fortemente ao longo de 2011. No plano externo vivemos de 15 em 15 dias com o credo na boca. Cada vez que o Estado precisa de ir aos mercados obter financiamento, fica-se sempre na expectativa do preço que terá de pagar ou qual será o dia em que, independentemente do preço, não haja ninguém para nos emprestar o vil metal. O sector bancário, devido à crise da dívida soberana, está ligado à máquina. E a máquina chama-se Banco Central Europeu. No dia em que o BCE desligar a máquina, a banca portuguesa fica em muitos maus lençóis. Por isso, vai seguindo as recomendações do Banco de Portugal: aumentar capital, não distribuir dividendos, encolher a carteira de crédito. Foi isso que o BPI anunciou esta semana: não há dividendos pela primeira vez na história do banco. O BES colocou à venda uma carteira de crédito superior a €2,2 mil milhões. Por outras palavras, Estado, empresas e famílias vão este ano ter de adequar os seus orçamentos a esta nova realidade. Escapam, talvez, as empresas exportadoras. É a esperança que nos resta.

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