quinta-feira, 31 de março de 2011

PREÇO COMBUSTÍVEIS - Carta aberta de Capitão da Marinha Mercante

                      CARTA ABERTA
 

Prezado Dr. Carlos Barbosa
Presidente da Direcção do Automóvel Club de Portugal

 
Lisboa, 9 Março 2011

 

ASSUNTO
: O DESCARADO AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS TRÊS PERGUNTAS A FAZER ÀS GASOLINEIRAS
 

O elevado custo a que os combustíveis chegaram é um doloroso espinho na nossa economia.
Torna-se urgente removê-lo ou pelo menos evitar que se enterre mais, se a quisermos salvar de "morte certa".
O preço dos combustíveis assenta em quatro custos básicos:
1 - A matéria prima (ramas de petróleo)
2 - O transporte marítimo (frete)
3 - A refinação (transformação do crude nos produtos de consumo)
4 - A distribuição (armazenagem e colocação nas bombas)
Mas as nossas gasolineiras (Galp/BP/Repsol/Shell,etc.) parece só conhecer o primeiro ou escondem os restantes.


HÁ TRÊS PERGUNTAS URGENTES A FAZER

 

A primeira grande situação escandalosa do custo dos combustíveis, que abastecemos nas bombas, advêm do facto das gasolineiras, quando trocaram a compra da matéria prima proveniente dos portos do Golfo Pérsico, cerca der 15 dias de viagem, pela dos portos do Norte e do Oeste de África, cerca de 3 a 6 dias de viagem, nem um só cêntimo alguma vez baixaram seus preços! (Alguém soube de tal?)
Por exemplo se os fretes estiverem a 1 dolar/tonelada/dia de viagem (para usar nºs simples pois o valor é superior) teremos que, no caso dum petroleiro de 100 mil toneladas, com aquela troca de origem resultaria:
De     100.000x1x15 = 1.500.000 dólares
Para  100.000x1x3ou6 =  300.000 ou 600.000 dólares
Uma redução fabulosa!
A pergunta que o ACP deve fazer:
QUEM BENEFICIOU COM ESTA REDUÇÃO DE FRETES?

 

A segunda grande situação escandalosa advêm do facto (pelo menos no momento actual) da escalada do custo das matérias primas se ter iniciado há menos de um mês e as gasolineiras já fizeram três aumentos. O primeiro escândalo, nesta situação, é o facto de que todo o produto refinado, entregue na distribuição naquele período de tempo, foi primeiro adquirido nos mercados estrangeiros em "spot" a longo termo (talvez seis meses ou mais) com custos muito inferiores aos actuais), depois feito o afretamento dos navios petroleiros estrangeiros (que os não há portugueses) nos "brokers" internacionais, nem sempre de pronto disponíveis. Depois realizam-se as viagens das origens daquela matéria, para os terminais de Sines e Leixões. Seguiu-se o processo de tratamento e refinação, tanquagem e distribuição. Tudo levando largas semanas senão meses até ao consumidor.
A pergunta a fazer é:
A QUE PREÇO PAGARAM AS GASOLINEIRAS AS RAMAS QUE SINES E LEIXÕES RECEBERAM NAS ÚLTIMAS SEMANAS?

 

A terceira situação escandalosa advêm do facto do petróleo bruto ali recebido, primeiro não ser todo proveniente do mesmo terminal de origem, fretes diferentes, depois não possuir as mesmas características (mais ou menos "light" ou mais ou menos betuminoso, etc.) de que resulta produtos refinados de diferente qualidade.
A pergunta a fazer é:
COMO É QUE TODAS AS GASOLINEIRAS CONSEGUEM, COM TAIS PARÂMETROS, FAZER O MESMO PREÇO DE VENDA E NO MESMO DIA?

 

A minha solicitação a meu prezado Presidente do ACP para que se coloquem estas questões às gasolineiras é porque a mim a elas não me respondem. Faço parte daqueles que "elas" consideram de "tansos pagantes", apesar de ter andado algumas dezenas de anos no transporte de hidrocarbonetos e viajado mais de um milhão de milhas em navios petroleiros por esse mundo fora do petróleo.
Como seria bom ler o que nos vão (se) responder...
E talvez com as respostas dadas o Sr Ministro responsável pelos transportes saísse da meditação em que se encontra e nos ajudasse a resolver o assunto.
E com um muito saudar vos solicito minhas escusas.

 

Joaquim Ferreira da Silva
- Sócio nº 3147
Capitão da Marinha Mercante (Reformado)
Membro da Secção de Transportes da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Governo prepara redução do IVA para o golfe

Sócrates foi sensível a argumentos do sector. Praticantes poderão pagar apenas 6% de imposto, em vez dos 23% actuais. Solução passará por nova interpretação da lei.
 
Os campos de golfe deverão voltar a ser tributados à taxa reduzida de IVA, de 6%, em vez dos 23% que são obrigados a praticar desde o início do ano, com a entrada em vigor do Orçamento do Estado (OE) para 2011. A mudança surge num momento em que o Governo prepara medidas de austeridade que também atingirão o IVA, mas será feita à margem delas, e dispensará inclusivamente qualquer alteração legislativa: passará por uma informação vinculativa do Fisco a estabelecer uma nova interpretação jurídica para a lei agora em vigor.

Com as alterações ao OE para este ano, o golfe - à semelhança do que aconteceu com os ginásios e a prática de actividades desportivas em geral - passou a ser tributado à taxa máxima do IVA, ou seja, 23% contra os anteriores 6%. A alteração caiu com uma bomba no sector, que temeu uma quebra no número de praticantes, sobretudo entre os muitos estrangeiros que procuram o País para a prática da modalidade.

Os protestos chegaram ao primeiro-ministro durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) e José Sócrates terá sido sensível aos argumentos apresentados: segundo números de 2009, últimos disponíveis, o golfe contribui com 500 milhões de euros para a economia portuguesa, justificados por cerca de 1,7 milhões de voltas pelos campos de golfe. Entre os argumentos está também o facto de a estratégia de recuperação da economia nacional assentar nas exportações, e de o turismo ser das actividades que mais contribuem para elas.

O tema transitou do patamar político para o nível técnico, e o assunto está agora a ser discutido ao nível dos secretários de Estado do Turismo e dos Assuntos Fiscais, com várias reuniões que incluíram representantes do sector do turismo, sabe o Negócios.

Actividade desportiva, mas com especificidades
O OE 2011 alterou a lista anexa ao código do IVA (que estipula os bens e serviços taxados a 6%) e retirou de lá a expressão "prática de actividades físicas e desportivas", que lá estavam desde 2008 e que passaram para a taxa normal de 23%.

Com esta alteração, ficaram nos 6% os "espectáculos, provas e manifestações desportivas e outros divertimentos públicos". É sobre esta norma que o Fisco vai divulgar uma nova interpretação jurídica, considerando as especificidades próprias do golfe. É que a esmagadora maioria dos praticantes são federados, podendo esta actividade desportiva cair na categoria de "provas", a que se refere o código do IVA.

O Negócios sabe que durante as negociações que tem mantido com as Finanças, o sector começou por propor que o golfe fosse considerado uma actividade turística, taxado a 6% de IVA a reboque do alojamento, do qual seria mais uma componente. Essa orientação não venceu e acabou por ser abandonada, desde logo porque violaria a sexta directiva do IVA, base da legislação interna.

Enquanto o Governo não divulga uma decisão final, os empresários do turismo sublinham a sua preocupação. Gilberto Jordan, administrador da Planbelas promotora do Belas Clube de Campo, um empreendimento imobiliário turístico com um campo de golfe, sublinha que o agravamento do IVA significa "passar de lucros a prejuízos". Lembra que "este negócio gera muito emprego" e salienta que há muitos praticantes que "já adquiriram pacotes para a época inteira e os empresários já não conseguem fazer reflectir a subida de imposto no preço". Eduardo Abreu da Neoturis acrescenta que "alguns promotores no Algarve e no Alentejo que estão a investir em Portugal estão preocupados em relação a este agravamento", que poderá pôr em causa novos empreendimentos.

O Negócios questionou o Ministério das Finanças, mas não obteve qualquer esclarecimento sobre o assunto. Nomeadamente, não foi possível apurar se outras modalidades desportivas, além do golfe, poderão também beneficiar da futura informação vinculativa.

Começa cedo com a sede de ir ao pote

SÓCRATES a Prémio Nobel da Física

De fonte segura, (ainda é segredo de estado):

Portugal, este ano, será um forte candidato ao Prémio Nobel da Física!!!


Depois da desoberta do átomo, do neutrão, do protão, do fotão, do electrão, do quark, do fermião, do busão e do gluão, o inginheiro José Sócrates acaba de descobrir o
Pelintrão, um tuga sem massa nem energia, mas que suporta qualquer carga. 

Um português contribuinte.

Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho,  o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social.

O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social.

E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem,  retira ao meu patrão outros 33 euros.

Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão pagou, o Estado, e muito bem, fica com 23 euros para si.

Em resumo:
Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55.
Quando gasto 100 euros, o Estado cobra 23.
Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33.
Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

Eu pago e acho muito bem, portanto exijo:
Um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro.
Emprego para os meus filhos.
Serviços de saúde exemplares.
Um hospital bem equipado a menos de 20 km da minha casa.
Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o país.
Auto-estradas sem portagens.
Pontes que não caiam.
Tribunais com capacidade para decidir processos em menos dum ano.
Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.
Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida.
Jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros.
Polícia eficiente e equipada.
Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público, uma orquestra sinfónica.
Filmes criados em Portugal.
E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.

Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal  garantem ao Estado 100 euros de receita.
Portanto, Sr. Primeiro-ministro, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.

terça-feira, 29 de março de 2011

Passos Coelho e o IVA em 2010 e em 2011

"Os impostos indirectos tratam todos pela mesma medida, tanto pobres como ricos, razão porque são, nesse aspecto, mais injustos. É essa, aliás, a razão porque eu nunca concordei em taxar cada vez mais os impostos indirectos, nomeadamente o IVA. Ele vale 20% para quem tem muito como para quem tem pouco".

Pedro Passos Coelho, no livro "Mudar", editado em 2010.


"Se ainda vier a ser necessário algum ajustamento, a minha garantia é de que seria canalizado para os impostos sobre o consumo, e não para impostos sobre o rendimento das pessoas".

Pedro Passos Coelho, hoje, em Bruxelas.

segunda-feira, 28 de março de 2011

TAP reduz um tripulante por voo sem acordo com sindicatos

Hermínia Saraiva  
O sindicato entra em período eleitoral a meio das negociações para reduzir um tripulante.

Reduzir um elemento nas tripulações da TAP não é apenas "um imperativo de gestão", com vista a acabar com uma "situação que representa perda e diminuição grave de competitividade", mas também de "um imperativo de interesse nacional", justifica o administrador da TAP, Manoel Torres, numa carta enviada à direcção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) a que o Diário Económico teve acesso.
Razões suficientes para a administração da TAP afirmar que não deixará de recorrer às vias jurídicas ao seu dispor para avançar com a medida, refere o mesmo documento, que apela ainda a uma tomada de decisão conjunta "com liderança e autonomia de vontades".
Contactada, a companhia aérea não quis comentar a carta, reafirmando apenas "a posição repetidamente manifestada de que não se vão verificar despedimentos".
Já a presidente demissionária do SNPVAC, Cristina Vigon, defende que a carta recebida por aquele organismo "não é uma proposta, é uma exigência". E sublinha que a estrutura sindical "já tem providências cautelares preparadas" para travar a decisão da empresa.

TAP made in Taiwan


Taiwan com interesse na TAP e em outras empresas

As empresas de Taiwan têm interesse em participar na privatização da TAP e de outras empresas portuguesas, disse em entrevista à agência Lusa o representante taiwanês em Lisboa.
Diego Lin Chou afirmou que a necessidade da expansão das empresas de Taiwan as leva a olhar para Portugal - e para as empresas portuguesas a privatizar - como um destino natural, mas que é preciso que os investidores taiwaneses saibam das oportunidades na economia portuguesa.
"As empresas de Taiwan têm de fazer frente à concorrência internacional, de empresas de outros países. Por isso têm de melhorar a sua capacidade competitiva. Com esse pensamento, se têm lucros, se têm rendimentos, com certeza que querem participar na privatização da TAP e de outras empresas estatais, mas o Governo [português] tem de fornecer informações", disse em entrevista à agência Lusa o chefe do Centro Económico e Cultural de Taiwan em Portugal.
"Se Portugal tem projectos de privatização, com certeza que têm interesse. Mas há que fazer promoção. Por exemplo, se a TAP me fornecer informação, eu tenho todo o prazer em as enviar, através de canal oficial, ao nosso governo, ou também a empresas", acrescentou Diego Lin Chou.
O responsável destacou ainda as biotecnologias, as energias renováveis ou as novas tecnologias de informação como os principais setores potenciais de investimento de empresas taiwanesas em Portugal.

http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1816914



 

domingo, 27 de março de 2011

Big Three

Uma rápida pesquisa pela net e dei de caras com esta informação.

As famosas Agências de Rating, que atribuem cotações à dívida Portuguesa, e os laços com as grandes companhias. Como o privado controla o público.

Vejam o documentário "inside Job".

Entre as muitas agências de Rating, são essencialmente três (chamadas de "big three") que atribuem as cotações no mundo financeiro (especialmente na alta roda financeira onde se encontram os maiores conglomerados).
Todas elas prestaram declarações no Senado Americano após provada culpa na crise Sub Prime.
São elas:

-Standard´s and Poor (S&P)
-Moody´s
-Fitch

A S&P pertence ao grupo McGraw-Hill, que entre muitas publicações se destiguem as de informação financeira, com sede no Rockfeller Center em NY (pertencente à toda poderosa dinastia Rockfeller dona do banco JP Morgan, só equiparada em influência à dinastia Rotschild na europa, dona do Barclays). O CEO da McGraw-Hill é Harold McGraw lll que entre muitas funções preside à Business Roundtable, uma associação de CEO´s de corporações americanas formada para promover negócios públicos e com um lobby fortíssimo dedicado a dar mais poder aos presidentes das companhias, exercem grande influência sobre a política, economia e media e são muitas vezes considerados os maiores aliados do presidente no que interessa a negócios.

A Moody´s pertence à Moody´s Corporation cujos maiores accionistas são a Berkshire Hathaway e a Davis Selected Advisers. Desta última não encontrei muita informação mas da Berkshire sei que o CEO é Warren Buffet o 3º -se não me engano- homem mais rico do mundo. Esta companhia tem investimentos em todos os segmentos, desde caminhos de ferro, a roupas, livros, aspiradores, jóias, etc., a participações influentes em companhias como a Coca-cola, bancos e jornais. Não sei bem o valor, mas pode-se com certeza especular que movimente triliões., na bolsa claro está.

A Fitch pertence ao Fitch Group controlado pelo grupo Fimalac (detém 60%) cujo CEO é Marc Ladreit de Lacharrièrre um bilionário francês (posicionado na revista Forbes) membro entre outras, da Renault e L´Oreal. A Fimalac tem negócios no sector financeiro, imobiliário e outros diversificados.

Mais pesquisa e de certeza se pode encontrar mais provas desta promiscuidade entre poder politico e financeiro.
Mais que ligações, arrisco-me a dizer que não existem diferenças. O poder político foi basicamente fundado pelo sector financeiro.

Passos Coelho queria um PEC ainda mais duro

O PSD votou contra o PEC IV, apresentado pelo Governo no Parlamento, por considerar que não ia "suficientemente longe" para resolver o problema da dívida pública, afirmou este sábado Pedro Passos Coelho, em entrevista à agência Reuters.

"Votámos contra o pacote de austeridade, não porque foi longe demais, mas porque não vai suficientemente longe para obter resultados na dívida pública", esclareceu o presidente do PSD, refutando a ideia de que foi o chumbo do PEC no Parlamento, que desencadeou a crise política, o causador das elevadas taxas de juro. "O que aconteceu é que os mercados não acreditam que o Governo tem credibilidade e legitimidade suficientes para cumprir as suas metas", sustentou Passos Coelho.
Sublinhando que o seu partido está "totalmente empenhado" em atingir as metas orçamentais acordadas com Bruxelas, Passos Coelho não põe de parte a possibilidade de o Governo de José Sócrates, demissionário, solicitar ajuda externa, numa situação de emergência, mesmo quando formalmente passar a estar em gestão. "Temos de evitar uma situação como essa", salvaguardou.
"Um novo Governo pode trazer novos resultados e uma nova confiança aos mercados", entende o líder social-democrata, que insiste na tese de que o Executivo socialista não empreendeu as "reformas estruturais" necessárias, nem teve capacidade para cortar nas despesas do Estado.
É nesse campo que Passos Coelho promete agir, embora nesta entrevista não detalhe a sua estratégia económica. Limita-se a admitir que prosseguirá um programa de privatizações, envolvendo a alienação de parte do capital do Estado na Caixa Geral de Depósitos, na TAP e em outras empresas públicas de transportes.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1816234

terça-feira, 22 de março de 2011

Safa!

Num congresso internacional de medicina.

O médico alemão diz:       
Na Alemanha, fazemos transplantes de dedo. Em 4 semanas o paciente está procurando emprego.

O médico espanhol afirma:       

A medicina espanhola é tão avançada que conseguimos fazer um transplante de cérebro. Em 6 semanas o paciente está procurando emprego.

  O médico russo diz:     

Fazemos um transplante de peito. Em 1 semana o camarada pode procurar emprego.

O médico grego disse:      
 
Temos um trabalho de recuperação de bêbados. Em 15 dias o indivíduo pode procurar emprego.

 O médico português diz orgulhoso:       

Isso não é nada! Em Portugal, nós arranjamos um homem sem cérebro, sem consciência, sem peito, mentiroso, corrupto, e elegêmo-lo primeiro ministro.
Em 3 anos o país inteiro está quase todo à procura de emprego.

A Coisa

Já aqui o disse, e não estou só nesta convicção: a criatura é o que o regime democrático gerou de mais semelhante, em forma e conteúdo, à sinistriste figura de Américo Tomás. Na debilidade intelectual, na vacuidade do discurso, no bolor das palavras, mas também na hipocrisia, no rancor, na perversidade.
Dirão que exagero. Mas o discurso que o presidente de 2.231.346 portugueses debitou, na cerimónia evocativa do cinquentenário do início da guerra colonial, não permite outra leitura. Porque só uma alma penada de antanho se lembraria de exortar «os jovens deste tempo» a que «se empenhem em missões e causas essenciais ao futuro do País com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar».
É verdade que de um mísero professor vindo das profundezas do Poço de Boliqueime não se podem exigir grandes esforços cerebrais. Compreende-se que o desinfeliz foi formatado segundo parâmetros que já então tinham ultrapassado o prazo de validade. E é um facto que o carácter deste indivíduo não é de molde a que dele se possa esperar um gesto merecedor do respeito dos seus concidadãos – como se percebe pelas já célebres «observações» que, há 40 anos, fez questão de sublinhar à PIDE a propósito da mulher do sogro.
Exigia-se, porém e pelo menos, um pouco mais de dignidade institucional. E, já agora, algum conhecimento da realidade histórica que fosse um pouco além da leitura simples de um catequista de província. O presidente eleito de Portugal não pode, quase 37 anos depois de conquistada a democracia que lhe permite ocupar o cargo, vir enaltecer a guerra injusta que foi a razão primeira do derrube da ditadura. Afirmar que «é de toda a justiça distinguir a intervenção militar que permitiu que um país com a dimensão e os recursos de Portugal pudesse manter o controlo sobre três teatros de operações distintos, vastos e longínquos» não é só um insulto aos povos que lutaram pela independência. É também um ultraje a todos os que, em Portugal e fora dele, foram vítimas de um regime opressor, cinzento e castrador.
Porque, ao contrário do que supõe o sucessor do venerando almirante de Belém, os jovens de há 50 anos não fizeram a guerra por razões de «coragem», «desprendimento» ou «determinação». Fizeram-na porque a isso foram obrigados, mais de um milhão deles ao longo de 13 anos a quem só duas incertezas se colocavam como alternativa: a guerra ou o exílio. Ambas a precisar de coragem e desprendimento, mas carecendo a segunda de uma determinação suplementar específica, para a qual naturalmente nem todos os mancebos desse tempo estavam capacitados.
Posto isto, devo apenas acrescentar que sou de opinião de que os combatentes da guerra colonial devem ser objecto do afecto e da homenagem do país. Porque eles foram as primeiras e mais sofridas vítimas do conflito que devastou toda uma geração. Porque eles sofreram, mais do que o comum dos cidadãos, as consequências do lusofascismo. E porque um país tem, obviamente, de honrar devidamente os que sofreram e morreram em seu nome, independentemente das circunstâncias.
Por muito que nos doa, a guerra colonial não teve heróis, apenas vítimas. O que a partir daqui se queira dizer é reescrita da história, uma fantasia que tenta em vão dar brilho às trevas. Saloiamente, é por aí que o condómino da Travessa do Possolo insiste em caminhar, talvez convencido de que se dissermos muitas vezes que o sol é um repolho, ele passe efectivamente a sê-lo.
É claro que isto são coisas que o homenzinho jamais conseguirá entender. Falta-lhe ler muito mundo e alguns livros – e, mesmo que queira, creio que já não vai a tempo.

http://www.viriatoteles.net/pt/a-coisa

segunda-feira, 21 de março de 2011

OS INDIGNADOS

...batendo as asas pela noite calada... vêm em bandos, com pés de veludo...» Os Vampiros do Século XXI:
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária.
A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.
As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da
comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta.
Ora sucede que muitas contas da CGD,designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal.
É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.
Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria.
O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos.
É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.
Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa.
Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.

BRILHANTE

Era no tempo em que, no palácio das Necessidades, ainda havia ocasião para longas conversas. (mas podia passar-se hoje...). Um jovem diplomata, em diálogo com um colega mais velho, revelava o seu inconformismo. A situação económica do país era complexa, os índices nacionais de crescimento e bem-estar, se bem que em progressão, revelavam uma distância, ainda significativa, face aos dos nossos parceiros. Olhando retrospetivamente, tudo parecia indicar que uma qualquer "sina" nos condenava a esta permanente "décalage". E, contudo, olhando para o nosso passado, Portugal "partira" bem:
- Francamente, senhor embaixador, devo confessar que não percebo o que correu mal na nossa história. Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de portugueses que "deram novos mundos ao mundo", que criaram o Brasil, que viajaram pela África e pela Índia, que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos, que deixaram uma língua e traços de cultura que ainda hoje sobrevivem e são lembrados com admiração, como é possível que hoje sejamos o mais pobre país da Europa ocidental.
O embaixador sorriu, benévolo e sábio, ao responder ao seu jovem colaborador:
- Meu caro, você está muito enganado. Nós não descendemos dessa gente aventureira, que teve a audácia e a coragem de partir pelo mundo, nas caravelas, que fez uma obra notável, de rasgo e ambição.
- Não descendemos? - reagiu, perplexo, o jovem diplomata - Então de quem descendemos nós?
- Nós descendemos dos que ficaram por aqui...

O que esperar do futuro? por Miguel Vasconcelos

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a idade média da reforma vai subir para os 65 anos em 2050, mas mesmo assim, será insuficiente para colmatar o aumento de custos com os reformados. Este alerta foi lançado no relatório 'Pensions at a Glance', divulgado esta semana.
Em suma, as recentes alterações assumidas no mercado laboral e social dos vários países vão ser insuficientes para sustentar as pensões no futuro, apesar dos aumentos sucessivos da idade de reforma em metade dos 31 países da OCDE. Em média, vai subir 1,5 anos para os homens e 2,5 para as mulheres.
Devido ao aumento da esperança de vida, a idade de reforma vai continuar a ser superior, o que, apesar de todas as alterações na lei, o aclamado estado social será uma utopia cada vez mais evidente. Com uma despesa pública descontrolada, com o envelhecimento da população, caminhamos para o caos social, não só em Portugal, como numa grande parte dos países que fazem parte da OCDE.
Segundo o relatório 'Pensions at a Glance', as reformas nas pensões dos países da OCDE desde o início dos anos 90 reduziram em média cerca de 20 por cento em benefícios futuros.
A título de exemplo, Portugal é o país da Europa onde os homens se reformam mais tarde (67 anos) e dois anos depois da idade legal de reforma. As mulheres portuguesas reformam-se aos 63,4 anos, antes da idade legal, próximo da média dos parceiros comunitários.
O Instituto de Emprego e Formação Profissional informou, também esta semana, que no final de Fevereiro encontravam-se inscritos nos Centros de Emprego do Continente e das Regiões Autónomas 555.547 desempregados.
Juntando todos estes dados, chego à conclusão que o meu futuro está seriamente comprometido. E pior que eu, que faço parte da geração 'rasca', estarão todas as outras, como a 'à rasca' e outras tantas que algum iluminado se encarregará de denominar.
Não vale a pena alimentar mais ilusões.
Se o problema se coloca, presentemente, nas reformas e na sustentabilidade da Segurança Social, pergunto se não é ainda mais grave quando, nesta altura, se fala de precariedade laboral, dos baixos salários, dos cortes nos apoios sociais, na total ausência de incentivo à natalidade, no aumento dos preços nos bens de primeira necessidade, na diminuição dos benefícios fiscais, na falta de financiamento para as escolas, em particular
para o Ensino Superior...
De que me vale preocupar-me com o que irei receber no futuro, se não sei se vou continuar a ter no presente. Os jovens de hoje e os de amanhã não só deixarão de ser apoiados na sua velhice, como também não irão ganhar a fatia salarial que merecidamente lhes deveria estar destinada. E vão viver como? De quê? Como vão constituir família? E como irão viver os seus filhos se os pais pouco têm para os apoiar?
Ainda por cima, eu, os meus filhos, os meus netos, bisnetos e coisa e tal... vamos ter que pagar investimentos desmedidos que alguém se lembrou de fazer, numa altura em que era necessário pôr o travão a este princípio de viver acima das nossas reais possibilidades.
Mesmo assim, a geração 'rasca', a 'à rasca' e outras que por aí vão surgir, vão continuar a viver, dia-a-dia, com a esperança de que o amanhã será melhor, arriscando, quase que como quem dá um passo em frente perante o precipício, constituir família, a construir um lar honrado, a conviver com a família e amigos, a dar o seu melhor no trabalho (quando o têm), a dedicar 10 ou 12 horas por dia à sua vida profissional, a almoçar rápido e mal, a não desanimar perante tanta adversidade.
Há uma coisa que ninguém nos pode tirar. Há algo que nenhum político incompetente poderá hipotecar, que nenhum líder da oposição poderá chumbar, que nenhum coveiro poderá enterrar, que nenhum árbitro farsola poderá anular: a alegria de ter uma família, de poder sorrir para os outros, de ter um precioso euro no bolso para tomar um café numa bela esplanada com os que mais amamos. Em suma, viver bem com pouco...
Costumamos entender o conceito 'tesouro' como um conjunto de riquezas de qualquer tipo, usualmente dinheiro, jóias, pedras e metais preciosos, algum bem valioso guardado ou escondido. Acredito que, apesar do caos social, do barulho dos po-líticos e dos que comem do 'tacho' da política, da ganância do poder e da incompetência de tantos líderes, é possível possuir outro tipo de tesouros.
Hoje, 'Dia do Pai', não posso deixar de partilhar a minha alegria por ter o meu a meu lado. Esse, no meio de outros, pode ser um dos maiores tesouros na vida de uma pessoa. Sabem porquê? Porque o dinheiro não o compra, não o leva, não o faz mais ou menos amigo. O meu, na sua simplicidade, não tem ouro, incenso nem mirra, não terá grande reforma nem quintas para partilhar. Tem tudo o resto que é muito mais importante para a minha felicidade.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Capitalismo e China

EM 1949 - A MAIORIA DOS INTELECTUAIS ACREDITAVA QUE O COMUNISMO SALVARIA A CHINA

EM 1969 - OS MESMOS INTELECTUAIS ACREDITAVAM QUE A CHINA (COM SUA
REVOLUÇÃO CULTURAL) SALVARIA O COMUNISMO

EM 1979 - DENG XIAO PING PERCEBEU QUE SOMENTE O CAPITALISMO SALVARIA A CHINA

EM 2009 - O MUNDO INTEIRO ACREDITA QUE SOMENTE A CHINA PODE SALVAR O CAPITALISMO

Ser português, pois! pois!

SER PORTUGUÊS É:

Levar arroz de frango para a praia.

Guardar as cuecas velhas para
polir o carro.

Lavar o carro na rua, ao domingo.

Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).

Passar o domingo no shopping.

Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.

Ter bigode.

Viajar pró cu de Judas e encontrar outro Tuga no restaurante.

Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.

Enfeitar as estantes da sala com os presentes do casamento.

Exigir que lhe chamem 'Doutor'.

Exigir que o tratem por 'Sr. Engenheiro'.

Axaxinar o Portuguex ao eskrever.

Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque 'é caro'.

Já ter 'ido à bruxa'.

Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.

Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.

Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e nem que seja a 500 metros de casa.

Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).

Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!

Ter três telemóveis.

Gastar uma fortuna nos telemóveis mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.

Ir à bola, comprar o bilhete 'prá-geral' e saltar 'prá-central'.

Viver em casa dos pais até aos 30 anos ou mais.

Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito 'porque não se quer aborrecer'.

Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.

Viva Portugal, carago...

Geração à Rasca - A Nossa Culpa

Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem  Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde  uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a  informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem  são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.


http://assobiorebelde.blogspot.com/2011/03/geracao-rasca-nossa-culpa.html

segunda-feira, 14 de março de 2011

Precisa-se de matéria prima para construir um País

Eduardo Prado Coelho - in Público

(Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta)

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.

Agora dizemos que Sócrates não serve.

E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.

Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

O problema está em nós. Nós como povo.

Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano;
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois reclamam do governo por não limpar os esgotos;
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros;
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica;
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
-Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar;
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão;
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.

Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

Fico triste.

Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa ?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados!

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.

Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:

Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.

É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

E você, o que pensa ?...

MEDITE !

domingo, 13 de março de 2011

Atenção que os acidentes ficaram mais caros.

Com aumentos de 25 000% nas participações de acidentes, receitas serão
de quase três milhões de euros por ano.


Os acidentes de viação vão passar a representar uma larga fatia das
receitas para as forças de segurança devido ao aumento brutal do custo
das participações de acidentes, que vão dos 400% aos 25 000%, fazendo
contas aos valores que constam da portaria do Ministério da
Administração Interna publicada a 31 de Dezembro.


Na GNR, uma participação por sinistrado passou de 16 cêntimos (quatro
laudas ou folhas) para 40 euros, o que representa um aumento de 25
000%. Na PSP, o custo de dez euros por quatro folhas passou também
para 40 euros, o que traduz um aumento de 400%.



"São verbas que vão para os cofres da GNR e da PSP. As forças de
segurança não deviam estar dependentes dos dinheiros das multas ou dos
acidentes", comenta, numa toada crítica, José Alho, presidente da
ASPIG (Associação Socioprofissional Independente da Guarda).



O DN fez as contas às possíveis receitas que as forças de segurança
vão obter. Tome-se como exemplo-padrão uma colisão simples envolvendo
duas viaturas com dois condutores. Custo das duas participações do
acidente: 80 euros. Com uma média de 97 acidentes com vítimas por dia
em Portugal, chega-se ao astronómico valor de 2,8 milhões de euros por
ano de lucro com participações de acidentes.



As contas foram feitas tendo por base o relatório de sinistralidade de
2009 da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, que referiu 35
480 acidentes com vítimas nesse ano. O relatório de 2010 ainda não
está completo e vai só até ao dia 21 de Dezembro.



Uma fonte policial avançou ao DN com um outro exemplo. "Para um
acidente envolvendo cinco viaturas são necessárias 12 laudas ou
folhas. Isto dá um custo de 120 euros aos envolvidos no acidente, a
que há a somar os cem euros que os cinco peritos das cinco companhias
de seguros vão pagar. No total, temos que, num acidente sem feridos,
os custos para sinistrados e companhias de seguros foram de 1200
euros." Custos para uns, receitas para outros, neste último caso, para
as forças de segurança.



Antes de a actual portaria (n.º 1334-C/2010) entrar em vigor, o valor
que o cidadão pagava por certidões emitidas pela PSP era de 12,5
euros, caso o documento tivesse até 25 páginas. O custo passou a ser,
quer para a GNR quer para a PSP, de dez euros por lauda (folha de um
lado e outro). A emissão de declarações autenticadas custa agora 15
euros.



Uma fotocópia simples de um documento, a preto e branco, custa 0,50
cêntimos, se for a cores custa um euro. Se for autenticada custa
também um euro.



"Estes aumentos são exagerados. No documento emitido em Outubro pela
Direcção Nacional da PSP e enviado para todos os departamentos, sobre
os cortes nas despesas de funcionamento, já se referia que os custos
das certidões iam aumentar, só ainda não se tinha a dimensão completa.
Até as certidões que os polícias pedem para o currículo custam agora
dez euros quando custavam apenas cêntimos", critica Paulo Rodrigues,
presidente da ASPP/PSP, a maior estrutura sindical da polícia.

Preço dos combustiveis no Planeta!!! Ora vejam:

Belgique - diesel EUR 1.222   !!!
France    - diesel EUR 1.294  !!!
Portugal - diesel EUR 1.404  !!!

Azerbaïdjan  Diesel EUR 0,31               
Egypte  Diesel EUR 0,14                 
Ethiopie  Super EUR 0,24
Bahamas  Diesel EUR 0,25  
Bolivie  Super EUR 0,25       
Brésil  Diesel EUR 0,54             
Chine  Normal EUR 0,45     
Equateur  Normal EUR 0,24        
Ghana  Normal EUR 0,09 !!!!!!!   
Groenland  Super EUR 0,50   
Guyane  Normal EUR 0,67  
Hong Kong  Diesel EUR 0,84      
Inde  Diesel EUR 0,62    
Indonésie  Diesel EUR 0,32    
Irak  Super EUR 0,60     
Kazakhstan  Diesel EUR 0,44     
Qatar  Super EUR 0,15  
Kuweit  Super EUR 0,18  
Cuba  Normal EUR 0,62    
Libye  Diesel EUR 0,08  !!!!!!!      
Malaisie  Super EUR 0,55 
Mexique  Diesel EUR 0,41 
Moldavie  Normal EUR 0,25  
Oman  Super plus EUR 0,20
Pérou  Diesel EUR 0,22 
Philippines  Diesel EUR 0,69 
Russie  Super EUR 0,64 
Arabie Saoudite  Diesel EUR 0,07  !!!!!!    
Afrique du Sud  Diesel EUR 0,66 
Swaziland  Super EUR 0,10  !!!!!! 
Syrie  Diesel EUR 0,10  !!!!!  
Trinidad  Super EUR 0,33
Thaïlande  Super EUR 0,65
Tunisie  Diesel EUR 0,49
USA  Diesel EUR 0,61
Venezuela  Diesel EUR 0,07  !!!!!
Emirats Arabes  Unis Diesel EUR 0,18
Vietnam  Diesel EUR 0,55
Ukraine  Diesel EUR 0,51

Bloqueados 100 milhões de USA dólares do Presidente Angolano

Momento de reflexao,..o poder do dinheiro tambem cairá ............
"Suíça ameaça cleptocracia mundial"

Bloqueados 100 milhões de dólares do Presidente Angolano
"Há dez anos que os tribunais suíços iniciaram um longo processo para bloquear os fundos depositados nos seus bancos por ditadores e políticos corruptos de todo o mundo, cujas fortunas, por vezes colossais, foram obtidas através da espoliação de bens públicos pertencentes aos povos que governam, usando para tal os mais diversos expedientes de branqueamento de capitais.
O processo começou em 1986 com a devolução às Filipinas de 683 milhões de dólares roubados por Ferdinando Marcos, bem como a retenção dos restantes 356 milhões que constavam das suas contas bancárias naquele país. Prosseguiu depois com o bloqueamento das contas de Mobutu e Benazir Bhutto. Mais tarde, em 1995, viria a devolução de 1236 milhões de euros aos herdeiros das vítimas judias do nazismo.
Com a melhoria dos instrumentos legais de luta contra o branqueamento de capitais, conseguida em 2003 (também em nome da luta contra o terrorismo), os processos têm vindo a acelerar-se, com resultados evidentes: 700 milhões de dólares roubados pelo ex-ditador Sani Abacha são entregues à Nigéria em 2005; dos 107 milhões de dólares depositados em contas suíças pelo chefe da polícia secreta de Fujimori, Vladimiro Montesinos, 77 milhões já regressaram ao Peru e 30 milhões estão bloqueados; os 7,7 milhões de dólares que Mobutu depositara em bancos suíços estão a caminho do Zaire; mais recentemente, foram bloqueadas as contas do presidente angolano José Eduardo dos Santos, no montante de 100 milhões de dólares.
É caso para dizer que os cleptocratas deste mundo vão começar a ter que pensar duas vezes antes de espoliarem os respectivos povos. É certo que há mais paraísos fiscais no planeta, mas também é provável que o exemplo suíço contagie pelo menos a totalidade dos off-shores sediados em território da União Europeia, diminuindo assim drasticamente o espaço de manobra destas pandilhas de malfeitores governamentais.
No caso que suscitou este texto, o bloqueamento de 100 milhões de dólares depositados em contas de José Eduardo dos Santos, presidente de Angola há 27 anos, pergunta-se: que fez ele para se tornar o 10º homem mais rico do planeta (segundo a revista Forbes)? Trabalhou em quê para reunir uma fortuna calculada em 19,6 mil milhões de dólares?
Usou-se o poder para espoliar as riquezas do povo que governa, deixando-o a viver com menos de dois dólares diários, que devem fazer os países democráticos perante tamanho crime de lesa humanidade?
Olhar para o outro lado, em nome do apetite energético?
Que autoridade terá, se o fizerem, para condenar as demais ditaduras e estados falhados?
Olhar para o outro lado, neste caso, não significa colaborar objectivamente com a sobre-exploração indigna do povo angolano e a manutenção de um status quo anti-democrático e corrupto que apenas serve para submeter a esmagadora maioria dos angolanos a uma espécie de domínio tribal não declarado?
Na Wikipedia lê-se:
"Os habitantes de Angola são, em sua maioria, negros (90%), que vivem ao lado de 10% de brancos e mestiços. A maior parte da população negra é de origem banta, destacando-se os quimbundos, os bakongos e os chokwe-lundas, porém o grupo mais importante é o dos ovimbundos. No Sudoeste existem diversas tribos de box imanes e hotentotes. A densidade demográfica é baixa (8 habitantes por Km quadrado) e o índice de urbanização não vai além de 12%.
Os principais centros urbanos, além da capital, são Huambo (antiga Nova Lisboa), Lobito, Benguela, e Lubango (antiga Sá da Bandeira). Angola possui a maior taxa de fecundidade (número de filhos por mulher) e de mortalidade infantil do mundo.
Apesar da riqueza do país, a sua população vive em condições de extrema pobreza, com menos de 2 dólares americanos por dia." O recente entusiasmo que acometeu as autoridades governamentais e os poderes fácticos portugueses relativamente ao "milagre angolano" (crescimento na ordem dos 21% ao ano) merece assim maior reflexão e, sobretudo, alguma ética de pensamento.
Os fundos comunitários europeus aproximam-se do fim.
Os portugueses, entretanto, não foram capazes de preparar o país para o futuro difícil que se aproxima. São muito pouco competitivos no contexto europeu. As suas elites políticas, empresariais e científicas são demasiadamente fracas e dependentes do estado clientelar que as alimenta e cuja irracionalidade por sua vez perpetuam irresponsavelmente, para delas se poder esperar qualquer reviravolta estratégica.
Quem sabe fazer alguma coisa e não pertence ao bloco endogâmico do poder vai saindo do país para o resto de uma Europa que se alarga, suprindo necessidades crescentes de profissionais nos países mais desenvolvidos (que por sua vez começam a limitar drasticamente as imigrações ideologicamente problemáticas): Espanha, Alemanha, Luxemburgo, Suíça, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Noruega...
No país chamado Portugal vão assim ficando os velhos, os incompetentes e preguiçosos, os indecisos, os mais fracos, os ricos, os funcionários e uma massa amorfa de infelizes agarrados ao futebol e às telenovelas, que mal imaginam a má sorte que os espera à medida que o petróleo for subindo dos 60 para 100 dólares por barril, e destes para os 150, 200 e por aí a fora...
A recente subida em flecha do petróleo e do gás natural (mas também do ouro, dos diamantes e do ferro) trouxe muitíssimo dinheiro à antiga colónia portuguesa.
Seria interessante saber que efeitos esta subida teve na conta bancária do Sr. José Eduardo dos Santos.
E que efeitos teve, por outro lado, nas estratégias de desenvolvimento do país. O aumento da actividade de construção já se sente no deprimido sector de obras e engenharia português. As empresas, os engenheiros e os arquitectos voam como aves sedentas de Lisboa para Luanda. É natural que o Governo português, desesperado com a dívida... e com a sombra cada vez mais pesada dos espanhóis pairando sobre os seus sectores económicos estratégicos, se agarre a qualquer aparente tábua de salvação.
E os princípios?
E a legalidade?
Se a saída do ditador angolano estiver para breve, ainda se poderá dizer que a estratégia portuguesa é, no fundo, uma estratégia para além de José Eduardo dos Santos.
Mas se não for assim, e pelo contrário viermos a descobrir uma teia de relações perigosas ligando a fortuna ilegítima de José Eduardo dos Santos a interesses e instituições sediados em Lisboa (1), onde fica a coerência de Portugal?
Micheline Calmy-Rey, Ministra suíça dos Negócios Estrangeiros, veio lembrar a todos os europeus que tanto é ladrão o que rouba como o que fica à espreita ou cobra comissões das operações criminosas."