sábado, 26 de fevereiro de 2011

O TEU SILÊNCIO É O PODER DELES...

UMA QUESTÃO DE ATITUDE

 A diferença entre os países pobres e os ricos não é a idade do país. Países como a Índia e o Egipto, têm mais de 3000 anos e são pobres. Por outro lado o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia, que há 150 anos eram inexpressivos, hoje são países desenvolvidos e ricos.

A diferença entre países pobres e ricos também não  reside nos recursos naturais disponíveis. O Japão possui um território limitado, 80%  montanhoso, inadequado para a agricultura e a criação de gado, mas é a segunda economia mundial. O país é como uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima do mundo todo e exportando produtos manufacturados.

Outro exemplo é a Suíça, que não planta cacau mas  tem o melhor chocolate do mundo. No seu pequeno território cria animais e  cultiva o solo durante apenas quatro meses no ano. Não obstante, fabrica lacticínios da melhor qualidade. A Suíça é também um país pequeno que passa uma imagem de  segurança, ordem e trabalho, o que o transformou na caixa forte do  mundo.

Executivos de países  ricos que se relacionam com seus pares de países pobres mostram que não há diferença intelectual significativa. A raça ou a cor da pele também não são importantes. Imigrantes rotulados de preguiçosos nos seus países de origem são a força produtiva de países europeus ricos.

Qual é então a diferença?

A diferença é a atitude das pessoas, moldada ao  longo dos anos pela educação e pela cultura. Ao analisarmos a conduta das pessoas nos  países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue os  seguintes princípios de vida:
A ética, como princípio  básico
A integridade
A responsabilidade
O respeito às leis e  regulamentos
O respeito pelo direito dos demais  cidadãos
O amor ao trabalho
O esforço pela poupança e pelo  investimento
O desejo de superação
A pontualidade

Nos países pobres apenas uma minoria segue esses princípios básicos na sua vida diária.
Não somos pobres porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel connosco.

Somos pobres porque nos falta atitude.

Falta-nos vontade  para cumprir e ensinar esses princípios de funcionamento das sociedades ricas e desenvolvidas.

SOMOS ASSIM, POR QUERER LEVAR VANTAGENS SOBRE TUDO E TODOS.
SOMOS ASSIM POR VER ALGO DE ERRADO E DIZER: “DEIXA-PRA-LÁ”.
OS NOSSOS POLÍTICOS TÊM ATITUDES POUCO DIGNIFICANTES.
ESBANJAMOS DINHEIRO EM VAIDADES QUE FAZ FALTA PARA O ESSENCIAL.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Este é o maior fracasso da democracia portuguesa

(POR CLARA FERREIRA ALVES)

Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.
Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.
Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado.
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve. Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência do Ministério da Saúde Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade.  Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

Este é o maior fracasso da democracia portuguesa

Clara Ferreira Alves - "Expresso"

Austeridade. Cortes nos subsídios podem não persistir em 2012

TAP diz em circular interna que "medidas serão aplicadas em 2011". Executivo pediu cortes permanentes
 
A solução seguida por algumas empresas públicas de cortar nos subsídios dos trabalhadores em vez de reduzir os salários pode não assegurar os reais objectivos do governo aquando da elaboração do Orçamento do Estado para 2011. É que, e conforme referiu Teixeira dos Santos mais do que uma vez, o executivo pretende que os cortes sejam permanentes e que os aumentos do próximo ano sejam feitos sobre os salários pós-cortes.

Ideia diferente salta das opções tomadas por algumas empresas públicas, que fizeram reflectir o peso dos cortes nos subsídios de Natal e/ou de férias - para não comprometer o valor mensal recebido pelo trabalhador. O mais recente exemplo foi conhecido esta semana, com a TAP a anunciar que ia reduzir os custos com pessoal através da "redução das prestações de subsídio de férias e de subsídio de Natal (13.o mês), em taxa progressiva de 12,5% a 35%, a partir da remuneração mensal ilíquida de 1500 euros", conforme diz a circular interna distribuída pelos trabalhadores da companhia de aviação, que ainda definiu no tempo a aplicação destes cortes: "As medidas indicadas [cortes nos subsídios] serão aplicáveis durante o ano de 2011, período de referência do Orçamento do Estado aprovado pela Lei 55-A/2010."

Sobre as remunerações totais em 2012, nada é referido. Questionada sobre esta matéria, a empresa de capitais públicos não respondeu ao i.

Já o Ministério das Finanças avançou ao i que "não concedeu nenhum regime de excepção a qualquer entidade do Sector Empresarial do Estado (SEE)" e que "divulgará oportunamente um novo comunicado relativo ao ponto de situação do plano de redução de custos do SEE", sem adiantar pormenores sobre a questão dos cortes terem sido feitos nos subsídios. Apesar desta resposta das Finanças, e segundo escreveu o "Público", a TAP negociou um regime de excepção com o governo, ao nível das exigências em termos de cortes de custos operacionais, e vai apenas reduzi-los 145 milhões - ao contrário dos 300 milhões expectáveis.

Como vão ser os cortes Os trabalhadores da TAP ainda estão a tentar perceber a fórmula encontrada pela administração para processar os cortes, segundo apontaram os sindicatos ouvidos pelo i. Assim, e segundo uma circular interna da companhia, a progressividade dos cortes de 12,5% a 35% nos subsídios será calculada tendo por base "o valor das remunerações fixas auferidas no mês do processamento e a média das remunerações variáveis sujeitas a taxa social única, pagas nos 12 meses imediatamente anteriores". Com vários subsídios inerentes à actividade, muitos trabalhadores da companhia ainda ontem estavam a tentar perceber quanto iriam receber a menos nos seus subsídios.

Além da TAP, também a Caixa Geral de Depósitos decidiu reduzir as remunerações dos seus trabalhadores, através de cortes nos subsídios de férias.

Estas duas empresas, curiosamente, foram as primeiras a alegar que, à conta de viverem em sectores concorrenciais, não deveriam ser incluídas nos cortes cegos dos salários - até porque os seus custos não têm qualquer impacto no défice, pelo menos de forma directa.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Conversa de Pombos

Uma das realidades da vida....
Conversa de Pombos
 Dois pombos depois de comerem na mão duma pessoa, levantam voo e dizem um para o outro:
- Já viste que nós até parecemos políticos?
- Porque dizes isso?
- Repara bem, mendigamos migalhas às pessoas e uma vez cá no alto, cagamos-lhes em cima!

Para ler...e pensar - professor chinês de economia, sobre a Europa ( VIVEU EM FRANÇA!!!)

Entrevista de um professor chinês de economia, sobre a Europa, o Prof. Kuing Yaman - que viveu em França:

1.
A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas, ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios. Porque é preciso pagar estes sonhos de miúdos...

2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para financiar a sua assistência generalizada.

3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão pagar 'a conta'.

4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo. Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não poderão honrá-la.

5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos 'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.

6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É uma inversão de valores.

7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e sufocação.  A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!

8. Dentro de uma ou duas gerações 'nós' (os chineses) iremos ultrapassá-los. Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacas de arroz...

9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um desempregado...

10. Vão (os europeus) direitos a um muro e a alta velocidade...

Camilo Lourenço e o BPN

Camilo Lourenço
BPN: memória curta
camilolourenco@gmail.com


Março de 2001. A revista "Exame", que na altura dirigia, dizia na capa que o Banco de Portugal tinha passado um cartão amarelo ao Banco Português de Negócios. Dias depois recebi um telefonema de Pinto Balsemão. Assunto: o ex-ministro Dias Loureiro tinha-lhe telefonado por causa do artigo e, na sequência dessa conversa, queria falar comigo. Acedi prontamente.
A conversa com o ex-ministro foi breve... mas elucidativa: Dias Loureiro estava desagradado com o tratamento dado ao BPN; o assunto tinha criado um problema com a imagem do banco; não havia qualquer problema com o Banco Português de Negócios; Oliveira e Costa, ex-Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, e à época Presidente do Conselho de Administração daquele Banco (hoje em prisão preventiva) referiu que estava muito "incomodado" com a matéria da capa(para a qual tinha contribuído, com uma entrevista) e pensava processar a revista (como efectivamente aconteceu).
Depois da conversa comuniquei a Pinto Balsemão que não tinha ficado esclarecido com as explicações de Dias Loureiro e que, por mim, a "Exame" mantinha o que tinha escrito. O que aconteceu depois é conhecido...
Ao ouvir Dias Loureiro na RTP fiquei espantado. Porque o ex-ministro disse que ficara tão preocupado com o artigo que foi, de "motu propriu", ao Banco Central comunicar que a instituição devia estar atenta. Das duas uma: ou Dias Loureiro soube de algo desagradável entre a conversa comigo e a ida ao Banco de Portugal; ou fez "fanfarronice" nessa conversa para esconder os problemas do BPN. Há uma terceira hipótese... Feia. Mas depois do que vi no assunto BPN já nada me espanta! 
No meu dicionário da língua, portuguesa, 5ª edição da "Porto Editora", consta: Político, adj Que pertence ou diz respeito à política ou aos negócios públicos; fig delicado; cortês; astuto; finório; s.m. indivíduo que trata de política; estadista.
Em consequência do que se passa neste país, proponho à "Porto Editora" que acrescente mais: adj. Hominho aldrabão, trafulha, safado, mentiroso, vigarista, desonesto, salafrário, sem verticalidade.

Ah! Este senhor foi despedido da "exame" pelo "democrata" Balsemão

Vara passa à frente de todos em centro de saúde

19-Fev-2011

Ex-ministro socialista apareceu de surpresa, passou à frente de todos os doentes e deu ordens a uma médica para lhe passar um atestado.
Armando Vara provocou esta quinta-feira um escândalo num centro de saúde de Lisboa. O ex-ministro socialista apareceu de surpresa, passou à frente de todos os doentes e deu ordens a uma médica para lhe passar um atestado.

Um dos doentes apresentou
uma reclamação. A responsável pelo centro de saúde pede desculpa, mas afirma que a responsabilidade foi toda de Armando Vara, que abusou dos seus direitos.

José Francisco Tavares, de 68 anos, reformado, com seis filhos. Dirigiu-se ao centro de saúde com um ataque de sinusite, como o estado recomenda, para não entupir as urgências hospitalares. Esperou quase uma hora pela consulta. Como os outros doentes, a maioria dos reformados sem pensões de reforma que lhes permitam recorrer à medicina privada, José Francisco ficou à espera... mas foi ultrapassado por um milionário, Armando Vara, que passou à frente de toda a gente.

A médica, surpreendida, ainda disse a Armando Vara que o não tinha chamado. Mas ele respondeu que estava cheio de pressa para apanhar um avião. E a médica que lhe passasse o atestado na hora. E conseguiu mesmo o que queria.

Enquanto estávamos em reportagem, a directora do centro de saúde contactou-nos. Aproveitámos para fazer a pergunta: «Gostaria de saber se os amigos do primeiro-ministro, como o dr. Armando
Vara, têm direito de preferência nas consultas?» «Não, senhor jornalista Carlos Enes. O senhor Armando Vara entrou aí como qualquer utente e passou à frente de toda a gente. Entrou no gabinete da médica sem avisar e sem que a médica percebesse que não estava na sua vez. Foi uma situação de abuso absolutamente inconfundível», respondeu Manuela Peleteiro.
José Francisco apresentou de imediato uma reclamação no livro amarelo. 24 horas depois, acompanhado pela TVI, foi recebido pela directora dos centros de saúde. O doente abusador, se não perdeu o avião, está no estrangeiro. A TVI tentou contactá-lo através do advogado, sem êxito.
Carlos Enes | TVI24 | 18.02.2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Governo deixa TAP cortar nos subsídios

Administração comprometeu-se a reduzir despesas operacionais acima dos 15% exigidos pelas Finanças

O Governo autorizou a TAP a fazer incidir os cortes salariais maioritariamente nos subsídios de férias e de Natal.

As reduções serão feitas já a partir deste mês também nas componentes variáveis dos vencimentos. O mesmo é dizer horas extraordinárias, pernoitas, subsídios ligados à hora de voo, entre outros.
Segundo o «Diário de Notícias», para este plano avançar contribuiu o facto de a administração da TAP se comprometer a reduzir as despesas operacionais até acima da meta de 15% exigida pelas Finanças.

O jornal refere que o aval foi dado na última sexta-feira, com a aprovação da Parpública, tendo o compromisso de a TAP cortar mais do que o suposto funcionado como contrapartida.

Note-se que o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações veio dizer ontem que a TAP vai cumprir «escrupulosamente» as orientações do Governo sobre os cortes salariais.

Mas que directrizes são essas? Em relação à possibilidade de o corte nos salários ser aplicado sobre os subsídios e de não serem efectuadas as reduções em Fevereiro, António Mendonça garantia apenas que «existem orientações do Governo e essas orientações vão ser cumpridas escrupulosamente por todas as empresas do sector».

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/empresas/tap-salarios-cortes-salariais-cortes-salariais-tap-oe2011-agencia-financeira/1234796-1728.html

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

QUANDO METER COMBUSTIVEL NA GALP NÃO SE ESQUEÇA

A Galp registou um lucro de 306 000 milhões de euros, o que equivale
a uma subida de 43%.

Quem tem sido roubado quem ????

TAP é a única empresa que ainda não cortou salários

Hermínia Saraiva e Mariana Adam
18/02/11 00:05

A TAP emprega actualmente cerca de 12 mil trabalhadores em Portugal.
A transportadora aérea será a única empresa pública a não aplicar as ordens do Governo. A Caixa e a NAV já vão cortar, este mês, salários aos trabalhadores.
Ainda não deverá ser este mês que os funcionários da TAP vão sentir na conta bancária as orientações do Orçamento do Estado (OE) para 2011. Mais uma vez, e por prosseguirem as negociações entre a companhia aérea e o Governo, os cortes salariais exigidos pelas Finanças às empresas públicas não serão realizados. Quanto à NAV-Navegação Aérea e à Caixa Geral de Depósitos (CGD), que em Janeiro também não cumpriram as exigências de Teixeira dos Santos, irão aplicar no final do mês a redução de 5% da massa salarial.
Os sindicatos que representam os trabalhadores de terra e de voo da TAP, incluindo o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), chegaram a ter reuniões marcadas com Fernando Pinto no final de Janeiro. No entanto, à última hora, as reuniões acabaram por ser adiadas uma a uma e, até agora, nenhuma foi remarcada. "Não temos qualquer informação e até este momento [Fernando Pinto] não fez nenhuma convocatória", afirma o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Aviação e Aeroportos (Sitava), José Simão. O mesmo responsável adianta "que começa a ser muito tarde, tendo em conta as questões burocráticas do processamento" de salários.
O dirigente do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema), Óscar Antunes, confirma que também ainda não foram convocados pela administração da TAP para nova reunião. Mas diz que, como a empresa "já congelou progressões de carreira e anuidades", com efeitos a partir de Janeiro, "parte" da lei já está a ser cumprida.[CORTE_EDIMPRESSA]
Habitualmente, o processamento de salários da TAP é realizado ao dia 20 de cada mês - já em Janeiro, contudo, o processo acabou por ser realizado quatro dias depois do previsto. O limite é agora a próxima segunda-feira, 21, já que, como apurou o Diário Económico, a administração da TAP continua disposta a esperar até ao último minuto por um acordo com a tutela.
NAV e CGD aplicam cortes
Sem entendimento entre a empresa e os ministérios das Finanças e das Obras Públicas, que partilham a tutela da companhia aérea, a empresa voltará a falhar as orientações do gabinete de Teixeira dos Santos. Em meados de Janeiro, recorde-se, as Finanças emitiram um esclarecimento público reafirmando que a lei do Orçamento do Estado e a Resolução do Conselho de Ministros - que previam o plano de corte de custos operacionais no Sector Empresarial do Estado -, estavam em vigor desde 1 de Janeiro de 2011 e que as indicações em matéria salarial eram para cumprir sem excepções.
Agora, e apesar dos contactos diários com o gabinete de Teixeira dos Santos, não foi possível saber qual será a posição do ministério das Finanças que se recusou a responder às questões do Diário Económico. Também não foi possível obter uma resposta por parte do ministério das Obras Públicas.
No final de Janeiro, a companhia aérea justificou o atraso na aplicação da lei com a "grande diversidade de remunerativos na TAP, "o que dificulta a sua aplicação". Fonte oficial disse na altura que era "necessário chegar a um sistema equitativo" que abranja todos os funcionários, uma vez que o peso do vencimento base varia em função das carreiras. Apesar de os cortes serem transversais à empresa, o Diário Económico apurou que não serão aplicados da mesma forma a todas as classes profissionais.
Contactada, fonte oficial da NAV diz que "ainda não é o momento de fazer comentários" sobre esta matéria. O Diário Económico sabe, porém, que a empresa já fará este mês os cortes exigidos. A CGD também não fez qualquer comentário até à hora de fecho desta edição. Mas o presidente do banco, Faria de Oliveira, afirmou na passada semana que está previsto um corte na massa salarial de 7,2%.

Devem-me dinheiro.

José Sócrates em 2001 prometeu que não ia aumentar os impostos. E aumentou. Deve-me dinheiro. António Mexia da EDP comprou uma sinecura para Manuel Pinho em Nova Iorque. Deve-me o dinheiro da sinecura de Pinho. E dos três milhões de bónus que recebeu. E da taxa da RTP na conta da luz. Deve-me a mim e a Francisco C. que perdeu este mês um dos quatro empregos de uma loja de ferragens na Ajuda onde eu ia e que fechou. E perderam-se quatro empregos. Por causa dos bónus de Mexia. E da sinecura de Pinho. E das taxas da RTP. Aníbal Cavaco Silva e a família devem-me dinheiro. Pelas acções da SLN que tiveram um lucro pago pelo BPN de 147,5 %. Num ano. Manuel Dias Loureiro deve-me dinheiro. Porque comprou por milhões coisas que desapareceram na SLN e o BPN pagou depois. E eu pago pelo BPN agora. Logo, eu pago as compras de Dias Loureiro. E pago pelos 147,5 das acções dos Silva. Cavaco Silva deve-me muito dinheiro. Por ter acabado com a minha frota pesqueira em Peniche e Sesimbra e Lagos e Tavira e Viana do Castelo. Antes, à noite, viam-se milhares de luzes de traineiras. Agora, no escuro, eu como a Pescanova que chega de Vigo. Por isso Cavaco deve-me mais robalos do que Godinho alguma vez deu a Vara. Deve-me por ter vendido a ponte que Salazar me deixou e que eu agora pago à Mota Engil. António Guterres deve-me dinheiro porque vendeu a EDP. E agora a EDP compra cursos em Nova Iorque para Manuel Pinho. E cobra a electricidade mais cara da Europa. Porque inclui a taxa da RTP para os ordenados e bónus da RTP. E para o bónus de Mexia. A PT deve-me dinheiro. Porque não paga impostos sobre tudo o que ganha. E eu pago. Eu e a D. Isabel que vive na Cova da Moura e limpa três escritórios pelo mínimo dos ordenados. E paga Impostos sobre tudo o que ganha. E ficou sem abonos de família. E a PT não paga os impostos que deve e tenta comprar a estação de TV que diz mal do Primeiro-ministro. Rui Pedro Soares da PT deve-me o dinheiro que usou para pagar a Figo o ménage com Sócrates nas eleições. E o que gastou a comprar a TVI. Mário Lino deve-me pelos lixos e robalos de Godinho. E pelo que pagou pelos estudos de aeroportos onde não se vai voar. E de comboios em que não se vai andar. E pelas pontes que projectou e que nunca ligarão nada. Teixeira dos Santos deve-me dinheiro porque em 2008 me disse que as contas do Estado estavam sãs. E estavam doentes. Muito. E não há cura para as contas deste Estado. Os jornalistas que têm casas da Câmara devem-me o dinheiro das rendas. E os arquitectos também. E os médicos e todos aqueles que deviam pagar rendas e prestações e vivem em casas da Câmara, devem-me dinheiro. Os que construíram dez estádios de futebol devem-me o custo de dez estádios de futebol. Os que não trabalham porque não querem e recebem subsídios porque querem, devem-me dinheiro. Devem-me tanto como os que não pagam renda de casa e deviam pagar. Jornalistas, médicos, economistas, advogados e arquitectos deviam ter vergonha na cara e pagar rendas de casa. Porque o resto do país paga. E eles não pagam. E não têm vergonha de me dever dinheiro. Nem eles nem Pedro Silva Pereira que deve dinheiro à natureza pela alteração da Zona de Protecção Especial de Alcochete. Porque o Freeport foi feito à custa de robalos e matou flamingos. E agora para pagar o que devem aos flamingos e ao país vão vendendo Portugal aos chineses. Mas eles não nos dão robalos suficientes apesar de nos termos esquecido de Tien Amen e da Birmânia e do Prémio Nobel e do Google censurado. Apesar de censurarmos, também, a manifestação da Amnistia, não nos dão robalos. Ensinam-nos a pescar dando-nos dinheiro a conta gotas para ir a uma loja chinesa comprar canas de pesca e isco de plástico e tentar a sorte com tainhas. À borda do Tejo. Mas pesca-se pouca tainha porque o Tejo vem sujo. De Alcochete. Por isso devem-me dinheiro. A mim e aos 600 mil que ficaram desempregados e aos 600 mil que ainda vão ficar sem trabalho. E à D. Isabel que vai a esta hora da noite ou do dia na limpeza de mais um escritório. Normalmente limpa três. E duas vezes por semana vai ao Banco Alimentar. E se está perto vai a um refeitório das Misericórdias. À Sexta come muito. Porque Sábado e Domingo estão fechados. E quando está doente vai para o centro de saúde às 4 da manhã. E limpa menos um escritório. E nessa altura ganha menos que o ordenado mínimo. Por isso devem-nos muito dinheiro. E não adianta contratar o Cobrador do Fraque. Eles não têm vergonha nenhuma. Vai ser preciso mais para pagarem. Muito mais. Já.

Mário Crespo   
Penthouse 10.11.10

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A morte e os impostos

por Daniel Oliveira

Nos arredores de Lisboa, Augusta, que teria hoje 96 anos, morreu sem ninguém dar por nada. Nem família, nem amigos, nem serviços públicos. Uma vizinha, epenas ela, bateu a todas as portas que pôde, por estranhar a sua ausência. Da família, da GNR, de todos, apenas a indiferença. Nem a segurança social, nem os serviços de saúde. Ninguém. Era apenas uma velha num prédio de uns subúrbios. Passou oito anos a bater a portas. A burocracia impediu que alguém fizesse alguma coisa. A porta não podia ser arrombada. A GNR até gozou com a preocupação da vizinha. Coisas de velhos, terão pensado.
Mas Augusta, cidadã portuguesa, era também contribuinte. E aí deram por falta dela. Tinha uma dívida. Sem um único contato, a frieza da máquina leiloou o seu apartamento. Quando os novos donos chegaram, a porta foi finalmente arrombada. E lá estava Augusta, morta no chão da cozinha. Tinha morrido há oito anos sem que ninguém tivesse dado ouvidos à vizinha.
O que impressiona, para além da solidão que permite que alguém morra sem que ninguém dê por nada, é que o mesmo Estado que dá pelo não pagamento de uma dívida ao fisco não dê, não queira dar, pelo desaparecimento de um ser humano. Que o contribuinte exista, mas o cidadão não. Que quem tinha a obrigação de pagar impostos tenha deixado de existir nos seus direitos. A metáfora é macabra. Mas é poderosa. Este Estado que não se esquece - não se deve esquecer - de nós quando é cobrador, mas para quem não existimos quando nos é devida alguma atenção.
Diz-se que só há duas coisas certas na vida: a morte e os impostos. Parece que para o Estado português só a segunda parte é verdadeira.
Publicado no Expresso Online

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Dar o nome "Carlos Castro" a uma rua? Vão gozar outro!

Um grupo de amigos de Carlos Castro, em que se inclui La Féria, propõe ao
presidente da Câmara de Lisboa que o nome do cronista seja incluído na
toponímia da cidade" in Correio da Manhã

Não me vou ficar pelo óbvio que seria dizer apenas e só: quem foi Carlos
Castro para dar o nome a rua, esquina, rotunda ou beco? Tem falecido muita
gente de grande valor nos últimos tempos. Relembro a recente perda do
jornalista Carlos Pinto Coelho, um grande, enorme comunicador e ícone da
cultura e sua transmissão neste país. Mas pelos visto é outro Carlos quem
está na calha para ser eternizado dando o seu nome a uma rua. Eu sugiro
antes uma ladeira ou rampa. Não era ele que servia de rampa de lançamento
para tudo o que é pára-quedista social?

Estou a ver daqui a uns anos o avô com o netinho pelo braço, a passearem e a
disfrutar do sol da capital quando o petiz se sai com esta: "ó avô quem foi
o Carlos Castro?" "Quem? Diz o velhote visivelmente atrapalhado..." "Ali avô
- apontando - a placa diz rua Carlos Castro." "Ah sim meu filho... Olha esse
senhor lançava muita gente no mundo cor-de-rosa com as suas crónicas de
grande veia poética e conhecimentos no mundo do jet-set. Sabes o que é o
jet-set filho? "Não avô, o que é isso?"

"Olha rapaz em Portugal o jet-set são aqueles tesos que não têm dinheiro
para comprar um pacote de sugos mas que parecem varejeiras em volta das
festas do social. Desde que haja imprensa especializada em revistas de
leitura de Wc eles estão lá. Tarólogas, bruxos, manequins tenrinhos,
desconhecidos ou conhecidos porque apareceram 2 minutos na televisão a dizer
bacoradas e depois um grupo de gente que o teu avô não sabe bem o que faz ou
como ganha a vida, mas que tem sempre um diminutivo no nome: Vivis,
caquis,mimis, cócos, pipis, xonés e assim." "Não estou a entender avô...
Olha filho nem eu mas é assim querido.

Então e o que aconteceu ao senhor?" "Bem, o senhor foi viajar e a coisa
correu mal. Lembras-te quando o avô te diz que é perigoso para os miúdos
pequenos abrirem garrafas de vinho sozinhos? Mas deixa lá isso a avó depois
explica-te melhor..."

Se querem eternizar a vida de Carlos Castro sugiro um show travesti. Algo
que ele adorava, faz mais sentido. Até dou umas dicas ao encenador La Féria:
"As bichas de Nova Iorque" se for musical ou "E tudo o vento do túnel de
metro levou" se for drama. Agora deixem-se é de ideias bacocas. Chamaram de
tudo à população de Cantanhede por fazerem a missa e a vigília de
solidariedade e agora querem dar o nome de uma rua da capital ao Carlos
Castro? Antes dele estariam milhares de pessoas. Milhares.

Autor Desconhecido

Pobres dos nossos ricos

A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.

Mas ricos sem riqueza.

 Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.

 Rico é quem possui meios de produção.

Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.

 Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. ou que pensa que tem.

 Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos".

Aquilo que têm, não detêm.

Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.

É produto de roubo e de negociatas.

 Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.

Vivem na obsessão de poderem ser roubados.

Necessitavam de forças policiais à altura.

 Mas forças policiais à altura acabariam por lança-los a eles próprios na cadeia.

Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.

Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem (...)
 
 
MIA COUTO

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A impunidade dos criminosos... em Portugal

Quem faz as leis é a Assembleia da Republica e o Governo, como tds sabemos. Alguém ouviu qualquer político (deputado, governante ou candidato a presidente da República) dizer que o Código de Processo Penal é a "magna carta" do criminoso e que tinha que ser alterado e derrogados os artigos que lhe dão impunidade?

Dois exemplos: Um colectivo de 3 juízes condenou a 18 anos de prisão o homicida confesso da esposa. A besta animal confessou em Tribunal que:
1) tinha agredido a esposa no quintal da habitação com um cavaco de madeira.
2) esta tinha desmaiado e ele a tinha abandonado caída no chão.
3) tinha impedido o filho de a socorrer.
O filho confirmou perante o colectivo de juízes a versão do homicida.
No julgamento foi levantado pela defesa um incidente: a morte da senhora tinha derivado de um edema subdural ou epidural resultante da agressão...?
Exumação de cadáver cujos exames são inconclusivos mas repetição do julgamento.
No novo julgamento e perante o mesmo colectivo o homicida recusa falar. O filho recusa falar. E OS MESMOS JUÍZES PORQUE IMPEDIDOS PELA LEI DE TOMAREM EM CONSIDERAÇÃO O QUE OUVIRAM NO 1.º JULGAMENTO TEM QUE ABSOLVER O CRIMINOSO!
 
Dirão os nossos governantes bem acoitados pelos deputados: É A LEI, ESTÚPIDO!
 

2.º EXEMPLO:
No Tribunal de Águeda, Rúben é preso pela  PJ na sequência de um fogo posto e perante uma juíza a quem foi presente para validar a captura confessa que ateou o incêndio. Não assina o auto da confissão porque pretendia que a juíza acordasse em o mandar para casa com pulseira electrónica e que só com esta condição assinava. A juíza recusou qualquer acordo. A juíza impõe prisão preventiva. 6 meses depois é julgado, cala-se e é absolvido. A confissão perante um juíz, sem qualquer coação não é válida. ESTAS AS LEIS QUE OS NOSSOS DEPUTADOS APROVARAM E CONTINUAM VÁLIDAS.
 
Se neste país existe stress pós-traumático de certeza que os membros da PSP, da GNR, da PJ, do Ministério Público e os Juízes sofrem dele. Porque só condenam os pilha galinhas! 


3.º EXEMPLO: o assalto à Ourivesaria Costa em Almeirim
Em ANEXO o Vídeo do referido assalto (Imagens reais)

Impunemente estes indivíduos assaltam, não se preocupando sequer em ocultar o rosto ou anular a gravação vídeo.

Isto quer dizer que:

- Este não é primeiro assalto que cometem e, também não será o último.
- Sentem segurança no acto criminoso que praticam.
- Sabem que mesmo que venha a existir algum "castigo" este não será pesado, provavelmente quando forem presos (se  o forem) são apresentados ao Juiz  e libertados até ao julgamento (adiado sine die).
- Conclusão: O legislador elabora a lei pressionado pelo politico que quer pouca gente nas cadeias, pois custam dinheiro ao erário publico.
O Juiz aplica a lei e tenta não se chatear muito pois a duplicidade da legislação apresenta sempre uma alternativa ao defensor do criminoso.
O polícia é apresentado à opinião publica pela comunicação social como o mau da fita, pois violou os direitos de um cidadão que antes de ser condenado é sempre inocente (como nunca é condenado!...) Resta ao pacato cidadão defender-se conforme pode, esperando nunca enfrentar um criminoso. E se matar um criminoso pode ser condenado sem apelo nem agravo por um qualquer imberbe do MP.
Bem, vivemos numa sociedade dita democrática (até surgir outra forma de organização politica, económica e social esta é a mais equilibrada, por agora), mas começamos todos a questionar-mo-nos se é este o preço que temos de pagar.
As regras que regulam uma sociedade são essenciais quer gostemos delas ou não, e, portanto, saibamos todos assumir que as normas têm que ser equilibradas e consensuais, existem para serem cumpridas e não para serem "torneadas" e os que assumem a liderança da sociedade devem ser os primeiros a cumpri-las, defendendo os que as aplicam e melhorando o que se encontra incorrecto.
Pelo caminho que estamos a observar mais década menos década uma nova ditadura será o desejo de muitos de nós. O melhor mesmo é implantarmos a verdadeira democracia... desta vez sem cravos, mas com cordas.

Resta informar quem não sabe, que os proprietários deste estabelecimento foram ambos internados no hospital pelos ferimentos sofridos... e tiveram muita sorte em não serem condenados! 
 

Seres decentes

Fernando Dacosta

Quando cumpria o seu segundo mandato, Ramalho Eanes viu ser-lhe apresentada pelo Governo uma lei especialmente congeminada contra si.

O texto impedia que o vencimento do Chefe do Estado fosse «acumulado com quaisquer pensões de reforma ou de sobrevivência» públicas que viesse a receber.
Sem hesitar, o visado promulgou-o, impedindo-se de auferir a aposentação de militar para a qual descontara durante toda a carreira. O desconforto de tamanha injustiça levou-o, mais tarde, a entregar o caso aos tribunais que, há pouco, se pronunciaram a seu favor. Como consequência, foram-lhe disponibilizadas as importâncias não pagas durante catorze anos, com retroactivos, num total de um milhão e trezentos mil euros.
Sem de novo hesitar, o beneficiado decidiu, porém, prescindir do benefício, que o não era pois tratava-se do cumprimento de direitos escamoteados - e não aceitou o dinheiro.
Num país dobrado à pedincha, ao suborno, à corrupção, ao embuste, à traficância, à ganância, Ramalho Eanes ergueu-se e, altivo, desferiu uma esplendorosa bofetada de luva branca no videirismo, no arranjismo que o imergem, nos imergem por todos os lados.
As pessoas de bem logo o olharam empolgadas: o seu gesto era-lhes uma luz de conforto, de ânimo em altura de extrema pungência cívica, de dolorosíssimo abandono social. Antes dele só Natália Correia havia tido comportamento afim, quando se negou a subscrever um pedido de pensão por mérito intelectual que a secretaria da Cultura (sob a responsabilidade de Pedro Santana Lopes) acordara, ante a difícil situação económica da escritora, atribuir-lhe. «Não, não peço. Se o Estado português entender que a mereço», justificar-se-ia, «agradeço-a e aceito-a. Mas pedi-la, não. Nunca!»
O silêncio caído sobre o gesto de Eanes (deveria, pelo seu simbolismo, ter aberto telejornais e primeiras páginas de periódicos) explica-se pela
nossa recalcada má consciência que não suporta, de tão hipócrita, o espelho de semelhantes comportamentos.
“A política tem de ser feita respeitando uma moral, a moral da responsabilidade e, se possível, a moral da convicção”, dirá. Torna-se indispensável
“preservar alguns dos valores de outrora, das utopias de outrora”.
Quem o conhece não se surpreende com a sua decisão, pois as questões da honra, da integridade, foram-lhe sempre inamovíveis. Por elas, solitário
e inteiro, se empenha, se joga, se acrescenta - acrescentando os outros.
“Senti a marginalização e tentei viver”, confidenciará, “fora dela. Reagi como tímido, liderando”.
O acto do antigo Presidente («cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral que por aí se tornou comum», como escreveu numa das suas notáveis crónicas Baptista-Bastos) ganha repercussões salvíficas da nossa corrompida, pervertida ética. Com a sua atitude, Eanes (que recusara já o bastão de Marechal) preservou um nível de dignidade decisivo para continuarmos a respeitar-nos, a acreditar-nos - condição imprescindível ao futuro dos que persistem em ser decentes.

Oliveira Costa lucrou 9 milhões num único dia

Negócio envolveu sociedade offshore com contas no BPN Cayman e na sucursal do BPN em Paris.

Uma operação de compra e venda de acções da SLN permitiu ao antigo presidente da holding que detinha o BPN, Oliveira Costa, lucrar 8,7 milhões de euros num único dia, foi revelado esta quinta-feira em tribunal.

Segundo a Lusa, o negócio, descrito pelo inspector tributário Paulo Jorge Silva, testemunha arrolada pelo Ministério Publico no julgamento do caso BPN, ocorreu a 29 de Dezembro de 2000, envolvendo sociedades offshore com contas no BPN Cayman e na sucursal do BPN em Paris.

Oliveira Costa recebeu 15,95 milhões de euros da offshoreVenice (do grupo SLN) nesta data pela venda de cerca de 7 milhões de títulos da empresa pelo preço de 2,20 euros cada, depois de as ter adquirido horas antes, no mesmo dia, ao preço unitário de um euro.

Ou seja, segundo a testemunha, o antigo banqueiro realizou uma mais-valia de 8,7 milhões de euros neste negócio relâmpago.

Paulo Jorge Silva precisou que, no ano seguinte, Oliveira Costa declarou os ganhos obtidos nesta operação na sua declaração de IRS, pagando o imposto à taxa de 10 por cento, num montante de 870 mil euros.

«Esta foi das poucas mais valias de que tenho conhecimento que foi declarada», por Oliveira Costa, relatou a testemunha, que é especialista em auditorias financeiras.

Em 2001, Oliveira Costa pagou um total de 886 mil euros em sede de IRS, sendo 870 mil euros resultantes de um único negócio.

A testemunha disse ainda que Oliveira e Costa, principal arguido neste caso, «tinha interesse pessoal de obter mais-valias».

A sessão de julgamento no Campus da Justiça de Lisboa foi durante a manhã dominada pela descrição das várias formas de controlo acionista e de aumentos de capital do grupo SLN que permitiram o encaixe de mais valias significativas graças ao recurso a um circuito entre sociedades offshore, que usavam contas a descoberto para fazer as transacções.

José Oliveira Costa, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, está a ser julgado por crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, infidelidade, fraude fiscal qualificada e aquisição ilícita de acções.

São também julgadas outras 14 pessoas e a empresa Labicer por crimes diversos, desde abuso de confiança a burla qualificada, passando por fraude fiscal e falsificação de documentos, entre outros ilícitos.

Desde que o Banco Português de Negócios (BPN) foi nacionalizado, o Estado já teve de injetar cerca de 4,7 mil milhões de euros para cobrir o «buraco financeiro» deixado na instituição por Oliveira Costa e restantes arguidos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ainda o famigerado Acordo Ortográfico

Nos nossos sete, oito e nove anos tínhamos que fazer aqueles malditos ditados que as professoras se orgulhavam de leccionar. A partir do terceiro erro de cada texto, tínhamos que aquecer as mãos para as dar à palmatória. E levávamos reguadas com erros destes: "ação", "ator", "fato" ("facto"), "tato" ("tacto"), "fatura", " reação", etc, etc... 
 Com o novo acordo ortográfico, voltam a vencer-nos, pois nós é que temos que nos adaptar a eles e não ao contrário. Ridículo... 
Mas, afinal de onde vem a origem das palavras da nossa Língua? Do Latim!! E desta, derivam muitas outras línguas da Europa. Até no Inglês, a maior parte das palavras derivam do latim.
 Então, vejam alguns exemplos: 


Em Latim
Em Francês
Em Espanhol
Em Inglês
Até em Alemão, reparem:
Velho Português (o que desleixámos)
O novo Português (o importado do Brasil)
Actor
Acteur
Actor
Actor
Akteur
Actor
Ator
Factor
Facteur
Factor
Factor
Faktor
Factor
Fator

Tact
Tacto
Tact
Takt
Tacto
Tato
Reactor
Réacteur
Reactor
Reactor
Reaktor
Reactor
Reator
Sector
Secteur
Sector
Sector
Sektor
Sector
Setor
Protector
Protecteur
Protector
Protector
Protektor
Protector
Protetor
Selection
Seléction
Seleccion
Selection

Selecção
Seleção

Exacte
Exacta
Exact

Exacto
Exato



Except

Excepto
Exceto
Baptismus
Baptême

Baptism

Baptismo
Batismo

Exception
Excepción
Exception

Excepção
Exceção



Optimum

Óptimo
Ótimo


Conclusão: na maior parte dos casos, as consoantes mudas das palavras destas línguas europeias mantiveram-se tal como se escrevia originalmente. 
Se a origem está na Velha Europa, porque é temos que imitar os do outro lado do Atlântico?
Mais um crime na Cultura Portuguesa e, desta vez, provocada pelos nossos intelectuais da Língua de Camões.