sábado, 30 de abril de 2011

A coerência dos nossos banqueiros

Fernando Ulrich (BPI):
29 Outubro - "Entrada do FMI em Portugal representa perda de credibilidade"
26 Janeiro - "Portugal não precisa do FMI"
31 Março - "Por que é que Portugal não recorreu há mais tempo ao FMI?"

Santos Ferreira (BCP):
12 Janeiro - "Portugal deve evitar o FMI"
2 Fevereiro - "Portugal deve fazer tudo para evitar recorrer ao FMI"
4 Abril - "Ajuda externa é urgente e deve pedir-se já"

Ricardo Salgado (BES):
25 Janeiro - "Não recomendo o FMI para Portugal"
29 Março - "Portugal pode evitar o FMI"
5 Abril - "É urgente pedir apoio... já"

saiba onde e como é gasto o dinheiro dos contribuintes

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Apenas factos ...

Nos últimos dias, a "campanha" eleitoral tem sido constituida por um rol de "factos" que só servem para distrair os(as) portugueses(as) daquilo que realmente é essencial. E o que é essencial são os factos. E os factos são indesmentíveis. Não há argumentos que resistam aos arrasadores factos que este governos nos lega. E para quem não sabe, e como demonstro no meu novo livro, os factos que realmente interessam são os seguintes:

1) Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos

2) Temos a pior dívida pública (em % do PIB) dos últimos 160 anos. A dívida pública este ano vai rondar os 100% do PIB

3) Esta dívida pública histórica não inclui as dívidas das empresas públicas (mais 25% do PIB nacional)

4) Esta dívida pública sem precedentes não inclui os 60 mil milhões de euros das PPPs (35% do PIB adicionais), que foram utilizadas pelos nosso governantes para fazer obra (auto-estradas, hospitais, etc.) enquanto se adiava o seu pagamento para os próximos governos e as gerações futuras. As escolas também foram construídas a crédito.

5) Temos a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (desde que há registos). Em 2005, a taxa de desemprego era de 6,6%. Em 2011, a taxa de desemprego chegou aos 11,1% e continua a aumentar.

6) Temos 620 mil desempregados, dos quais mais de 300 mil estão desempregados há mais de 12 meses

7) Temos a maior dívida externa dos últimos 120 anos. 

8) A nossa dívida externa bruta é quase 8 vezes maior do que as nossas exportações

9) Estamos no top 10 dos países mais endividados do mundo em praticamente todos os indicadores possíveis

10) A nossa dívida externa bruta em 1995 era inferior a 40% do PIB. Hoje é de 230% do PIB

11) A nossa dívida externa líquida em 1995 era de 10% do PIB. Hoje é de quase 110% do PIB

12) As dívidas das famílias são cerca de 100% do PIB e 135% do rendimento disponível

13) As dívidas das empresas são equivalente a 150% do PIB

14) Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado

15) Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos

16) Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE

17) Temos a pior taxa de poupança dos últimos 50 anos

18) Nos últimos 10 anos, tivemos défices da balança corrente que rondaram entre os 8% e os 10% do PIB

19) Há 1,6 milhões de casos pendentes nos tribunais civis. Em 1995, havia 630 mil. Portugal é ainda um dos países que mais gasta com os tribunais por habitante na Europa

20) Temos a terceira pior taxa de abandono escolar de toda a OCDE (só melhor do que o México e a Turquia)

21) Temos um Estado desproporcionado para o nosso país, um Estado cujo peso já ultrapassa os 50% do PIB

22) As entidades e organismos públicos contam-se aos milhares. Há 349 Institutos Públicos, 87 Direcções Regionais, 68 Direcções-Gerais, 25 Estruturas de Missões, 100 Estruturas Atípicas, 10 Entidades Administrativas Independentes, 2 Forças de Segurança, 8 entidades e sub-entidades das Forças Armadas, 3 Entidades Empresariais regionais, 6 Gabinetes, 1 Gabinete do Primeiro Ministro, 16 Gabinetes de Ministros, 38 Gabinetes de Secretários de Estado, 15 Gabinetes dos Secretários Regionais, 2 Gabinetes do Presidente Regional, 2 Gabinetes da Vice-Presidência dos Governos Regionais, 18 Governos Civis, 2 Áreas Metropolitanas, 9 Inspecções Regionais, 16 Inspecções-Gerais, 31 Órgãos Consultivos, 350 Órgãos Independentes (tribunais e afins), 17 Secretarias-Gerais, 17 Serviços de Apoio, 2 Gabinetes dos Representantes da República nas regiões autónomas, e ainda 308 Câmaras Municipais, 4260 Juntas de Freguesias. Há ainda as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e as Comunidades Inter-Municipais.

22) Nos últimos anos, nada foi feito para cortar neste Estado omnipresente e despesista, embora já se cortaram salários, já se subiram impostos, já se reduziram pensões e já se impuseram vários pacotes de austeridade aos portugueses. O Estado tem ficado imune à austeridade
Isto não é política. São factos. Factos que andámos a negar durante anos até chegarmos a esta lamentável situação. Ora, se tomarmos em linha de conta estes factos, interessa perguntar: como é que foi possível chegar a esta situação? O que é que aconteceu entre 1995 e 2011 para termos passado de "bom aluno" da UE a um exemplo que toda a gente quer evitar? O que é que ocorreu entre 1995 e 2011 para termos transformado tanto o nosso país? Quem conduziu o país quase à insolvência? Quem nada fez para contrariar o excessivo endividamento do país? Quem contribuiu de sobremaneira para o mesmo endividamento com obras públicas de rentabilidade muito duvidosa? Quem fomentou o endividamento com um despesismo atroz? Quem tentou (e tenta) encobrir a triste realidade económica do país com manobras de propaganda e com manipulações de factos? As respostas a questas questões são fáceis de dar, ou, pelo menos, deviam ser. Só não vê quem não quer mesmo ver.
A verdade é que estes factos são obviamente arrasadores e indesmentíveis. Factos irrefutáveis. Factos que, por isso, deviam ser repetidos até à exaustão até que todos nós nos consciencializássemos da gravidade da situação actual. Estes é que deviam ser os verdadeiros factos da campanha eleitoral. As distracções dos últimos dias só servem para desviar as atenções daquilo que é realmente importante.

Álvaro Santos Pereira

sexta-feira, 22 de abril de 2011

"e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos"

Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.

José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III

"O inevitável é inviável" - Manifesto dos 74 nascidos depois de 74

O inevitável é inviável

Somos cidadãos e cidadãs nascidos depois do 25 de Abril de 1974. Crescemos com a consciência de que as conquistas democráticas e os mais básicos direitos de cidadania são filhos directos desse momento histórico. Soubemos resistir ao derrotismo cínico, mesmo quando os factos pareciam querer lutar contra nós: quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva recusava uma pensão ao capitão de Abril, Salgueiro Maia, e a concedia a torturadores da PIDE/DGS; quando um governo decidia comemorar Abril como uma «evolução», colocando o «R» no caixote de lixo da História; quando víamos figuras políticas e militares tomar a revolução do 25 de Abril como um património seu. Soubemos permanecer alinhados com a sabedoria da esperança, porque sem ela a democracia não tem alma nem futuro.

O momento crítico que o país atravessa tem vindo a ser aproveitado para promover uma erosão preocupante da herança material e simbólica construída em torno do 25 de Abril. Não o afirmamos por saudosismo bacoco ou por populismo de circunstância. Se não é de agora o ataque a algumas conquistas que fizeram de nós um país mais justo, mais livre e menos desigual, a ofensiva que se prepara – com a cobertura do Fundo Monetário Internacional e a acção diligente do «grande centro» ideológico – pode significar um retrocesso sério, inédito e porventura irreversível. Entendemos, por isso, que é altura de erguermos a nossa voz. Amanhã pode ser tarde.

O primeiro eixo dessa ofensiva ocorre no campo do trabalho. A regressão dos direitos laborais tem caminhado a par com uma crescente precarização que invade todos os planos da vida: o emprego e o rendimento são incertos, tal como incerto se torna o local onde se reside, a possibilidade de constituir família, o futuro profissional. Como o sabem todos aqueles e aquelas que experienciam esta situação, a precariedade não rima com liberdade. Esta só existe se estiverem garantidas perspectivas mínimas de segurança laboral, um rendimento adequado, habitação condigna e a possibilidade de se acederem a dispositivos culturais e educativos. O desemprego, os falsos recibos verdes, o uso continuado e abusivo de contratos a prazo e as empresas de trabalho temporário são hoje as faces deste tempo em que o trabalho sem direitos se tornou a norma. Recentes declarações de agentes políticos e económicos já mostraram que a redução dos direitos e a retracção salarial é a rota pretendida. Em sentido inverso, estamos dispostos a lutar por um novo pacto social que trave este regresso a vínculos laborais típicos do século XIX.

O segundo eixo dessa ofensiva centra-se no enfraquecimento e desmantelamento do Estado Social. A saúde e a educação são as duas grandes fatias do bolo público que o apetite privado busca capturar. Infelizmente, algum caminho já foi trilhado, ainda que na penumbra. Sabemos que não há igualdade de oportunidades sem uma rede pública estruturada e acessível de saúde e educação. Estamos convencidos de que não há democracia sem igualdade de oportunidades. Preocupa-nos, por isso, o desinvestimento no SNS, a inexistência de uma rede de creches acessível, os problemas que enfrenta a escola pública e as desistências de frequência do ensino superior por motivos económicos. Num país com fortes bolsas de pobreza e com endémicas desigualdades, corroer direitos sociais constitucionalmente consagrados é perverter a nossa coluna vertebral democrática, e o caldo perfeito para o populismo xenófobo. Com isso, não podemos pactuar. No nosso ponto de vista, esta é a linha de fronteira que separa uma sociedade preocupada com o equilíbrio e a justiça e uma sociedade baseada numa diferença substantiva entre as elites e a restante população.

Por fim, o terceiro e mais inquietante eixo desta ofensiva anti-Abril assenta na imposição de uma ideia de inevitabilidade que transforma a política mais numa ratificação de escolhas já feitas do que numa disputa real em torno de projectos diferenciados. Este discurso ganhou terreno nos últimos tempos, acentuou-se bastante nas últimas semanas e tenderá a piorar com a transformação do país num protectorado do FMI. Um novo vocabulário instala-se, transformando em «credores» aqueles que lucram com a dívida, em «resgate financeiro» a imposição ainda mais acentuada de políticas de austeridade e em «consenso alargado» a vontade de ditar a priori as soluções governativas. Esta maquilhagem da língua ocupa de tal forma o terreno mediático que a própria capacidade de pensar e enunciar alternativas se encontra ofuscada.

Por isso dizemos: queremos contribuir para melhorar o país, mas recusamos ser parte de uma engrenagem de destruição de direitos e de erosão da esperança. Se nos roubarem Abril, dar-vos-emos Maio!
 

The Power of Words

sábado, 16 de abril de 2011

Fernando Nobre: quanto custa um vaidoso ?

Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
11 de abril de 2011

Fernando Nobre vai ser cabeça de lista do PSD no circulo de Lisboa. Contra um homem de convicções - mesmo que não sejam as minhas - como Ferro Rodrigues, o PSD aposta num ziguezagueante populista. O ex-candidato estava no mercado e Passos Coelho pagou o preço que lhe foi pedido: dar-lhe a presidência da Assembleia da República. As contas foram de merceeiro: Nobre vale 600 mil votos. Errado. Se os votos presidenciais nunca são transferíveis para legislativas, isso é ainda mais evidente neste caso. Todas as vantagens competitivas de Nobre desapareceram quando ele aceitou este lugar.
O PSD vai perder mais do que ganha. Porque este convite soa a puro oportunismo. Porque quando Fernando Nobre começar a falar o PSD vai ter de se virar do avesso para limitar os danos. Porque a esmagadora maioria dos eleitores de Nobre nem com um revólver apontado à cabeça votará em Passos Coelho. Porque ele afastará eleitorado que desconfia de gente com tanta ginástica política.
Quem também não fica bem na fotografia é Mário Soares, que, na última campanha, por ressentimento pessoal, alimentou esta candidatura. Fica claro a quem ela serviu. Agora veio o agradecimento.
Quanto a Fernando Nobre, é tudo muito banal e triste. Depois da campanha que fez, este é o desfecho lógico. Candidatos antipartidos, que tratam todos os eleitos como suspeitos de crimes contra a Pátria - ainda não me esqueci quando responsabilizou Francisco Lopes pelo atual estado de coisas, apenas porque é deputado - e que julgam que, por não terem nunca assumido responsabilidades políticas, têm uma qualquer superioridade moral sobre os restantes acabam sempre nisto. A chave que usam para abrir a porta da sala de estar do sistema é o discurso contra o sistema. Não querem "tachos", dizem eles, certos de que todos os eleitos apenas procuram proveitos próprios. Eles são diferentes. Depois entram no sistema para mudar o sistema, explicam. E depois ficam lá, até vir o próximo com o mesmo discurso apontar-lhes o dedo. É tudo tão antigo que só espanta como tanta gente vai caindo na mesma esparrela.
Quem tem um discurso sem programa, sem ideologia, sem posicionamento político claro e resume a sua intervenção ao elogio da sua inexperiência política tem sempre um problema: só é diferente até perder a virgindade. E quando a perde fica um enorme vazio. Porque não havia lá mais nada. Porque a política não se faz de bons sentimentos, faz-se de ideias, projetos e programas políticos. Ideias, projetos e programas que resultam do pensamento acumulado pela experiência de gerações, que se vai apurando no confronto e na tentativa e erro. A tudo isto chamamos ideologias. Quem despreza a ideologia despreza o pensamento. Quem despreza o pensamento despreza a política. Quem despreza a política dificilmente pode agir nela com coerência e dignidade.
Para além do discurso contra os políticos, este político teve outra bandeira: as suas preocupações sociais. Nada com conteúdo. Para ele bastava mostrar o seu currículo de ativista humanitário. E a quem aceita ele entregar a sua virginal e bondosa alma? Ao candidato a primeiro-ministro mais liberal que este País já conheceu. Não sou dos que acham que toda a gente tem um preço. Mas ficámos a saber qual é o de Fernando Nobre: um lugar com a dimensão da sua própria vaidade.
Tudo isto tem uma vantagem: é uma excelente lição de política para muita gente. Quem diz que não é de esquerda nem de direita, quem tem apenas a sua suposta superioridade moral como programa e quem entra no combate político desprezando quem há muito o faz nunca é de confiança. Um dia terão que se decidir. E Nobre decidiu-se: escolheu a direita liberal em troca das honras de um lugar no Estado. Na hora da compra, os vaidosos têm uma vantagem: saem mais baratos. Não precisam de bons salários ou de negócios. Basta dar-lhes um trono e a sensação de que são importantes. Vendem a alma por isso.

A lição de um REI

E os republicanos acusaram o rei de não se preocupar com os problemas do país! ...

Em 1892 o rei D. Carlos doou 20%  da sua dotação anual para ajudar o Estado e o País a sair da crise criada pelo rotativismo dos partidos (nada de novo, portanto).
Se calhar foi por isso que, mais tarde, o haviam de matar. Não se pode consentir que alguém dê, num país onde é costume tirar... o melhor, se calhar, é ter cuidado...

Quando é que um republicano fez o mesmo ou algo parecido?

Providência cautelar para impedir ajuda a Portugal

por Lusa 12 Abril 2011

 
Num comunicado publicado na sua página oficial, o Europolis explica que um grupo de cinquenta personalidades entregou ainda hoje a providência cautelar no sentido de impedir que a Alemanha participe na ajuda a Portugal, explicando que esta acção pretende evitar prejuízos para a maior economia europeia.
Markkus Kerber, o responsável do grupo, explica que sem esta acção "seria retirada soberania financeira à Alemanha" e afirma que o fundo de resgate europeu não conseguiu acalmar os mercados, como o governo alemão disse à justiça daquele país.
"Ao contrário das previsões do governo alemão de Maio de 2010, em que o tribunal federal alemão acreditou, os mercados não se acalmaram. Os juros continuaram a subir apesar da criação do mecanismo de estabilização financeira do euro. Em vez de combater a causa, o que se tem vindo a fazer é dar cada vez mais garantias a países com problemas financeiros", afirma o Markkus Kerber.
A missão técnica do Banco Central Europeu, do Fundo Monetário Internacional e da Comissão europeia iniciam hoje os contactos formais com as autoridades portuguesas para a preparação do memorando de entendimento que permitirá a Portugal receber apoio financeiro.

http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1828670

O grupo alemão Europolis entregou hoje uma providência cautelar num tribunal constitucional para impedir a Alemanha de participar no apoio financeiro a Portugal.

brilhante ...

Dizem os Americanos:
"We have Barack Obama, Stevie Wonder, Bob Hope, and Johnny Cash."

Respondem os Portugueses:
"We have José Socrates, no wonder, no hope, and no cash.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Artigo do New York Times fala em 'pressão injusta e arbitrária' sobre Portugal

13 de Abril, 2011

Portugal foi vítima da «pressão injusta e arbitrária» dos mercados financeiros internacionais, que ameaça Espanha, Itália e Bélgica e outras democracias em todo o mundo, defende o sociólogo norte-americano Robert Fishman.

Em artigo no New York Times de hoje, intitulado «O Resgate Desnecessário de Portugal», Fishman diz que o pedido de ajuda português, depois do irlandês e do grego, «deve ser um aviso a democracias em todo o lado», porque «não é realmente sobre dívida».

«Portugal teve um forte desempenho económico nos anos 1990 e estava a gerir a sua recuperação da recessão global melhor que vários outros países na Europa, mas foi sujeito a uma pressão injusta e arbitrária dos negociadores de obrigações, especuladores e agências de rating », afirma o professor de sociologia da Universidade de Notre-Dame.

Estes agentes dos mercados financeiros conseguiram, por «razões míopes ou ideológicas» levar à demissão de um Governo democraticamente eleito e potencialmente «atar as mãos do que se lhe segue», adianta Fishman, autor de um livro sobre o euro.

«Se forem deixadas desreguladas, estas forças de mercado ameaçam eclipsar a capacidade dos governos democráticos - talvez mesmo dos Estados Unidos - para fazer as suas próprias escolhas sobre impostos e gastos», sublinha Fishman.

O sociólogo estabelece semelhanças entre Portugal e a Grécia e Irlanda, mas ressalva que enquanto estes dois países apresentavam «problemas económicos claros e identificáveis», Portugal «não tinha subjacente uma crise genuína» e foi sim «sujeito a ondas sucessivas de ataques por negociadores de obrigações».

O contágio no mercado e os downgrades de ratings tornaram-se numa «profecia que se realiza a ela mesma», uma vez que as agências «forçaram o país a pedir ajuda elevando os seus custos de financiamento para níveis insustentáveis».

«Distorcendo as percepções de mercado da estabilidade de Portugal, as agências de rating - cujo papel de favorecimento da crise do subprime nos Estados Unidos foi amplamente documentado - minaram quer a sua recuperação económica, quer a liberdade política».

Agora, Portugal enfrenta políticas de austeridade impopulares, que vão afetar empréstimos a estudantes, pensões de reforma, alívio da pobreza e salários da função pública.

Fishman sugere que as descidas de rating e pressão sobre a economia resultaram ou de «ceticismo ideológico em relação ao modelo de economia mista em Portugal», ou de «falta de perspectiva histórica» relativamente a um país onde o nível de vida subiu rapidamente nos últimos 25 anos, tal como a produtividade, enquanto o desemprego desceu.

Embora o optimismo dos anos 1990 tenha resultado em «desequilíbrios económicos resultado de gastos excessivos», Fishman defende o desempenho recente do país pós, e mesmo que a queda do governo é «política normal» e «não incompetência, como alguns críticos de Portugal têm retratado».
O sociólogo levanta também a questão de o BCE não ter comprado obrigações portuguesas de forma «agressiva» para afastar a última onda de «pânico» nos mercados, e a necessidade de regular as agências de rating na Europa e Estados Unidos.

«A revolução portuguesa de 1974 inaugurou uma onda de democratização que varreu o globo. É bem possível que 2011 marque o início duma onda de usurpação da democracia por mercados desregulados, com a Itália, Espanha e Bélgica como próximas vítimas potenciais», afirma.

Incomodativo... e pertinente. Serve para muitas Administrações !

Exmos. Senhores  José Manuel Silva Rodrigues, Fernando Jorge Moreira da Silva, Maria Isabel Antunes, Joaquim José Zeferino e Maria Adelina Rocha,
 
Chamo-me Marisa Sofia Duarte Moura e sou a contribuinte nº 215860101 da República Portuguesa. Venho por este meio colocar-vos, a cada um de vós, algumas perguntas:
 
Sabia que o aumento do seu vencimento e dos seus colegas, num total extra de 32 mil euros, fixado pela comissão de vencimentos numa altura em que a empresa apresenta prejuízos de 42,3 milhões e um buraco de 776,6 milhões de euros, representa um crime previsto na lei sob a figura de gestão danosa?
 
Terá o senhor(a) a mínima noção de que há mais de 600 mil pessoas desempregadas em Portugal neste momento por causa de gente como o senhor(a) que, sem qualquer moral, se pavoneia num dos automóveis de luxo que neste momento custam 4.500 euros por mês a todos os contribuintes?
 
A dívida do país está acima dos 150 mil milhões de euros, o que significa que eu estou endividada em 15 mil euros. Paguei em impostos no ano passado 10 mil euros. Não chega nem para a minha parte da dívida colectiva. E com pessoas como o senhor(a) a esbanjar desta forma o meu dinheiro, os impostos dos contribuintes não vão chegar nunca para pagar o que realmente devem pagar: o bem-estar colectivo.
 
A sua cara está publicada no site da empresa. Todos os portugueses sabem, portanto, quem é. Hoje, quando parar num semáforo vermelho, conseguirá enfentar o olhar do condutor ao lado estando o senhor(a) ao volante de uma viatura paga com dinheiro que a sua empresa não tem e que é paga às custas da fome de milhares de pessoas, velhos, adultos, jovens e crianças?
 
Para o senhor auferir do seu vencimento, agora aumentado ilegalmente, e demais regalias, há 900 mil pessoas a trabalhar (inclusivé em empresas estatais como a "sua") sem sequer terem direito a Baixa se ficarem doentes, porque trabalham a recibos verdes. Alguma vez pensou nisso? Acha genuinamente que o trabalho que desempenha tem de ser tamanhamente bem remunerado ao ponto de se sobrepôr às mais elementares necessidades de outros seres humanos?
 
Despeço-me sem grande consideração, mas com alguma pena da sua pessoa e com esperança que consiga reactivar alguns genes da espécie humana que terá com certeza perdido algures no decorrer da sua vida.
 
Marisa Moura

Otelo igual a si mesmo...

Para o 'capitão de Abril' Otelo Saraiva de Carvalho bastam 800 militares para derrubar um governo, mas «um novo 25 de Abril» só deverá acontecer com a perda de direitos dos militares.
Em entrevista à Agência Lusa, a propósito do livro 'O dia inicial', que conta o 25 de Abril «hora a hora», Otelo reconhece que, ao contrário da sociedade em geral, os militares não têm demonstrado grande indignação pelo estado do país.
E justifica: «Os militares pertencem à classe burguesa, estão bem, estão bem instalados, têm o seu vencimento, vão para fora e ganham ajudas de custo, são voluntários e os que estão reformados ainda não viram a sua reforma diminuída».
Mas, na perspectiva deste obreiro da 'revolução dos cravos', «a coisa começará a apertar, no dia em que os militares perderem os seus direitos».
«Se isso acontecer», sublinhou, «é possível que se criem as tais condições necessárias para que haja um novo 25 de Abril».
Otelo Saraiva de Carvalho lembrou que o movimento dos capitães iniciou-se precisamente por «razões corporativistas», nomeadamente quando «os militares de carreira viram-se de repente ultrapassados nas suas promoções por antigos milicianos que, através de um decreto-lei de um governo desesperado por não ter mais capitães para mandar para a guerra colonial, permite a entrada desses antigos milicianos».
«Esses capitães são rapidamente promovidos a majores e ultrapassam os capitães que estavam a dar no duro e tinham quatro anos de curso», adiantou.
Otelo lembra que, «quando tocam nos interesses da oficialidade, ela começa a reagir. Há 37 anos, essa reacção foi o movimento de capitães», que culminou no derrube de um regime com 48 anos.
Este 'capitão de Abril' chama a atenção para a mudança de circunstâncias que se registou nos últimos 37 anos, nomeadamente o facto das forças armadas ao nível das praças - soldados, cabos e sargentos - serem hoje voluntários.
«Se a esta gente voluntária cortarem direitos adquiridos, então o caldo está entornado», avisou.
Questionado sobre a existência de condições para os militares protagonizarem uma revolução, Otelo é peremptório: «Para derrubar um governo basta, como se viu, 800 militares. Chegam, desde que estejam empenhados nisso».

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Suiça não tem mar !

Muito mordaz!!!


A Suíça não é banhada por nenhum mar ! Até o Sócrates que não é tão burro como parece sabia que a Suíça não é banhada por nenhum mar...!!!
Numa reunião com o Presidente da Suíça, Sócrates apresenta os seus Ministros:
- Este é o Ministro da Saúde, esta é a Ministra da Educação, esta é a Ministra da Cultura, este é o Ministro da Justiça.... e por aí fora.
Chegou a vez do Presidente da Suíça:
-Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro da Fazenda, este é o Ministro da Justiça, este é o Ministro da Educação, este é o "Ministro da Marinha "...
Nessa altura, Sócrates começa a rir feito parvo e diz:
- Desculpe Sr. Presidente, mas para que é que o senhor tem um Ministro da Marinha, se o seu país não tem mar?
E o Presidente da Suíça responde:
- Quando Vossa Excelência apresentou os "Ministros da Justiça, da Educação e da Saúde", eu não ri... pois não ?!!!...

Crise financeira mundial

Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão

por Joana Azevedo Viana, Publicado em 26 de Março de 2011   

A crise levou os islandeses a mudar de governo e a chumbar o resgate dos bancos. Mas o exemplo de democracia não tem tido cobertura

Os protestos populares, quando surgem, são para ser levados até ao fim. Quem o mostra são os islandeses, cuja acção popular sem precedentes levou à queda do governo conservador, à pressão por alterações à Constituição (já encaminhadas) e à ida às urnas em massa para chumbar o resgate dos bancos.

Desde a eclosão da crise, em 2008, os países europeus tentam desesperadamente encontrar soluções económicas para sair da recessão. A nacionalização de bancos privados que abriram bancarrota assim que os grandes bancos privados de investimento nos EUA (como o Lehman Brothers) entraram em colapso é um sonho que muitos europeus não se atrevem a ter. A Islândia não só o teve como o levou mais longe.

Assim que a banca entrou em incumprimento, o governo islandês decidiu nacionalizar os seus três bancos privados - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Mas nem isto impediu que o país caísse na recessão. A Islândia foi à falência e o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em acção, injectando 2,1 mil milhões de dólares no país, com um acrescento de 2,5 mil milhões de dólares pelos países nórdicos. O povo revoltou-se e saiu à rua.

Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.

Durante esse ano, a economia manteve-se em situação precária, fechando o ano com uma queda de 7%. Porém, no terceiro trimestre de 2010 o país saiu da recessão - com o PIB real a registar, entre Julho e Setembro, um crescimento de 1,2%, comparado com o trimestre anterior. Mas os problemas continuaram.


Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.

Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.

Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto (até agora).

Na semana passada, a Interpol abriu uma caça a Sigurdur Einarsson, ex-presidente-executivo do Kaupthing. Einarsson é suspeito de fraude e de falsificação de documentos e, segundo a imprensa islandesa, terá dito ao procurador-geral do país que está disposto a regressar à Islândia para ajudar nas investigações se lhe for prometido que não é preso.

Para as mudanças constitucionais, outra vitória popular: a coligação aceitou criar uma assembleia de 25 islandeses sem filiação partidária, eleitos entre 500 advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais, etc. A nova Constituição será inspirada na da Dinamarca e, entre outras coisas, incluirá um novo projecto de lei, o Initiative Media - que visa tornar o país porto seguro para jornalistas de investigação e de fontes e criar, entre outras coisas, provedores de internet. É a lição número 4 ao mundo, de uma lista que não parece dar tréguas: é que toda a revolução islandesa está a passar despercebida nos media internacionais.

http://www.ionline.pt/conteudo/113267-islandia-o-povo-e-quem-mais-ordena-e-ja-tirou-o-pais-da-recessao

atestado médico

Não podia ser mais verdade!!!

Bem-haja a quem não tem medo de ver e muito menos de dizer a verdade.
Leiam este texto escrito por um professor de filosofia que escreve semanalmente
para o jornal O Torrejano.

Tudo o que ele diz, é tristemente verdadeiro.

O atestado médico por José Ricardo Costa

Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer
uma vigilância. Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica
preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente,
pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.
Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta. Ora esta coisa de um professor ficar
com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é:
como justificá-la?
Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no
elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a
camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico. Qualquer pessoa
com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico
será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua
ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação
deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.
Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de
Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre
Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser
explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos
que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da
TVI.
O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O
presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que
ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente.
O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador
apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.
Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do
elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente.
Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.
Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em
certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados
ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.
Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias
vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito
engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para
sermos enganados.
Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o
'ET', que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras
ocasiões. O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade.
Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D.Afonso
Henriques, que Deus me perdoe.
A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que
ninguém leva a mal porque já estamos habituados.
Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas
razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu,
num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá
levar a mal.
Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não
fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu
sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei
que ela sabe que eu sei.
Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim
seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro,
mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho.
Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de
três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que
aquilo é tudo verdade.
Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e
culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos
malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza.
Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas
modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por
limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas
horríveis e fábricas desactivadas.
Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o
mundo.
Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no
elevador que precisa de um atestado médico. É Portugal que precisa, antes que
comece a vomitar sobre si próprio.
-----------------------------------------
URGE MUDAR ESTE ESTADO DE COISAS.
ESTÁ NA SUA MÃO, NA MINHA E DAQUELES A QUEM A MENSAGEM CHEGAR!

ELE HÁ COINCIDÊNCIAS!!!

Estava eu a pensar...

O meu cão dorme em média 20 horas por dia.
Tem toda a comida preparada para ele.
Ele pode comer qualquer coisa que lhe apeteça.
A  comida é-lhe dada sem custo.

Vai ao veterinário uma vez ao ano, ou quando necessário, sempre que algum mal lhe aparece.
E não paga nada por isso e nada lhe é pedido.

Mora numa zona central, com boa vizinhança e numa casa que é muito maior do que ele necessita, mas não precisa limpar nada.
Se ele fizer  porcaria, alguém limpa.

Ele escolhe os melhores lugares da casa para fazer a sua soneca, e recebe essas acomodações completamente grátis.

Vive que nem um rei e sem que isso lhe acarrete qualquer despesa extra.
Todos os seus custos são pagos por outras pessoas que tem de  sair de casa para ganhar a vida todos os dias.

Eu estive a pensar sobre isto, e de repente conclui...

........ O meu cão é um deputado!!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Será que está morto em Belém?

A crise política começou e Cavaco não disse nada.
O Sócrates ameaçou demitir-se e Cavaco nada disse.

O Sócrates demitiu-se mesmo e Cavaco continua sem nada dizer.

Pergunto eu, não será melhor alguém passar lá por casa só para ver se está tudo bem?

Nos dias de hoje, todo o cuidado é pouco com idosos sozinhos em casa...

Fernando Nobre, homem de palavra

Militante do PS

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bancos


por Daniel Oliveira

Com o alto patrocínio do Banco de Portugal, os banqueiros apelaram à intervenção externa - recuso-me a usar eufemismos como "resgate" ou "ajuda". Compreende-se o interesse: sabe-se que parte desse dinheiro irá para os cofres dos bancos. Querem dinheiro? É natural. Mas não finjam que é com o País que estão preocupados.

Mais interessante: os bancos recordam que têm acudido o Estado português, fazendo a intermediação entre com o BCE. Importam-se de repetir? Têm recebido dinheiro barato do BCE para o vender caro ao Estado. De ajudas destas está o Inferno cheio. O que os bancos têm feito é aproveitar as absurdas regras do euro para fazer um excelente negócio.

Se bem me recordo, foi o Estado português que criou um fundo de garantia para segurar os bancos nacionais. E que se enterrou para salvar um deles e para com a nacionalização do BPN impedir, ao que se dizia, uma crise no setor. E que recebe, dessa mesma banca, a mais baixa contribuição fiscal de todas as empresas. Quem tem acudido quem? Se até a banca se faz de vitima do Estado quer dizer que a vergonha já vale menos do que a nossa divida soberana.

O que não deixa de ser extraordinário é que esta gente, que não produz nada, que vive há décadas pendurada nos negócios do Estado e que, graças aos bons contatos que mantém com o poder político (pagos com simpáticas nomeações para conselhos de administração), garante para si um tratamento de excepção fiscal ainda tenha a suprema lata de dar conselhos à Nação.

Exigem que o Estado aceite uma intervenção externa que lhes garantirá liquidez. A ideia é a mesma de sempre: enforcármo-nos por eles. Caso contrário não emprestam mais dinheiro ao Estado. Uma coisa é certa: o Estado não estaria tão precisado desse dinheiro se os bancos pagassem impostos como as restantes empresas. Que cumpram os seus deveres. Faz-nos mais falta do que os seus conselhos.
 
 Expresso on line

BANCO!!!

Caldo de léria


João César das Neves

In DN

É claro que hoje toda a gente atira pedras ao Socrates, não venho aqui defender tal cabutino, mas quando ele ainda tem 30% das intenções de voto, não é por acaso, são todos os que conseguiram emprego para eles ou para os filhos á conta do partido de Socrates, são aqueles que nas empresas públicas conseguiram promoções e evoluções de favor, acoitados em comissões de trabalhadores e sindicatos, são esses que calam e consentem a corrupção, o Socrates é só a face visivel de toda essa gente que está presa pelo rabo e cochicha pelos cantos quando alguem honesto levanta a voz. Mas quando vamos ao supermercado e vemos cebola e batata espanhola, cenora francesa e alhos chineses!..., quem controla estas importações? ninguem, é a tal economia paralela que não paga impostos, quando a  Srª. Merkle retira de cá a Quimonda, um governo patriota reduzia-lhe para metade a importação de Mercedes, BMW e Audis, mas tudo esta ligado umbidicalmente a Socrates. Podem matar o bicho, mas a pessonha continua, e venha quem vier, seja o Sr dos Passos com coelho ou outro franganote qualquer, vamos ter que amargar todo este desvario louco de consumir o que não temos e de formar doutores em coisas que não precisamos para nada. Contudo com a produção de bens essenciais ninguem se preocupa. 

Muita gente anda compreensivelmente angustiada com a situação nacional. Estranha é a quantidade de pessoas que se dizem desorientadas, sem ver saída. A crise é grave, mas a solução é fácil. São só três coisas simples: deixar-se de tretas, apertar o cinto e trabalhar mais. A mais difícil é a primeira.

Vivemos há anos mergulhados em caldo de léria. Por exemplo, nesta grave crise existe uma pessoa imaculadamente inocente: José Sócrates. O senhor primeiro-ministro, que há seis anos só executa políticas excelentes, reformas decisivas com resultados históricos, não tem culpa nenhuma. O mal vem todo da crise mundial, da Europa, dos mercados e agência de rating.
Não tem Sócrates razão para culpar a crise? Sim, como Madoff. Ambos viram os seus esquemas denunciados pelo colapso do Lehman Brothers. Na gestão Sócrates, a dívida externa bruta total de Portugal (pelo conceito do FMI) aumentou 147 mil milhões de euros, o dobro do buraco Madoff. Quando chegou ao poder em 2005, essa dívida era 168% do PIB. Em meados de 2008, antes do Lehman cair, já subira para 206%, estando agora nos 233% que nos arruínam. Cresceu mais nos anos do sucesso que desde então. Aliás, aumentou precisamente por causa do suposto sucesso. Assim para os portugueses, como para as vítimas de Madoff, a crise veio a tempo de evitar ainda pior. "Quando a maré baixa é que se vê quem nada nu", disse Warren Buffett em 2003. Se o Lehman só falisse este ano, então é que a nossa ruína seria completa.
Mas as piores tretas não estão nas finanças, embora futuros orçamentos revelarão que surpresas os "resultados históricos" nos reservam. A razão verdadeira das dificuldades está na paralisia da economia. Aí o caldo é espesso. Durante seis anos, o Governo encheu a boca com obras estratégicas e planos tecnológicos. Entretanto, a produção estagnava e o desemprego disparava. Foi também a crise mundial? Não. O aparelho produtivo português foi estrangulado com boas intenções e resultados históricos.
O Governo, pela brutalidade do fisco, ASAE e afins, defende o consumidor, ambiente, saúde, cultura, futuro, etc. Só prejudica as empresas. Como disse o senhor Presidente da República no discurso de posse: "É importante reconhecer as empresas e o valor por elas criado, em vez de as perseguir com uma retórica ameaçadora ou com políticas que desincentivam a iniciativa e o risco. No actual contexto, são elas que podem criar novos empregos e dar esperança a uma geração com formação ampla e diversificada e que não consegue entrar no mercado de trabalho."
Além de arruinar a economia e as finanças, o pior foi o desmiolado ataque contra a família em nome da «modernidade», que levou Portugal à menor fertilidade da Europa Ocidental. Isto, além de paralisar a economia e arrombar as finanças, compromete o futuro nacional por gerações. A cegueira ideológica aqui foi criminosa.
Um homem só, mesmo apoiado por um governo, não chega para criar um drama desta dimensão. A maior das tretas é atribuir todo o mal aos políticos. É verdade que o consulado Sócrates deixa o país de rastos em termos financeiros, económicos, sociais e até morais. Um verdadeiro resultado histórico, só comparável ao de Afonso Costa. Mas esse efeito deve-se à sociedade portuguesa, que Sócrates apenas representou. Afinal, na dívida externa, a parte pública é apenas um quarto.
O mal foi acreditarmos nas tretas. A sociedade é democrática e aberta e as lérias foram sempre sucessivamente aplaudidas. Apesar das repetidas denúncias feitas por organismos internacionais, análises económicas, escândalos políticos, opiniões jornalísticas, o povo acreditou sempre. Com tal ingenuidade, Portugal pode estar prostrado; não pode é estar surpreendido.
Agora que fazer? Trocar o Governo é fácil. Difícil é mudar mentalidades. Não apertamos o cinto porque os furos estão tapados. Não há trabalho porque não se pensa em criar empregos e procuramos os que gostamos e não os que há. Quando se ganham hábitos de rico, custa regressar à realidade. Se ao menos nos deixássemos de lérias...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

diálogo Sócrates/FMI

Pedro Passos Coelho em Bruxelas - segundo Miguel Portas

"A INÚTIL" (professora) escreveu a Miguel Sousa Tavares

Vale a pena ler, muito bem respondido.  
Sobre os Professores

É do conhecimento público que o senhor Miguel de Sousa Tavares considerou 'os professores os inúteis mais bem pagos deste país.' Espantar-me-ia uma afirmação tão generalista e imoral, não conhecesse já outras afirmações que não diferem muito desta, quer na forma, quer na índole. Não lhe parece que há inúteis, que fazem coisas inúteis e escrevem coisas inúteis, que são pagos a peso de ouro? Não lhe parece que deveria ter dirigido as suas aberrações a gente que, neste deprimente país, tem mais do que uma sinecura e assim enche os bolsos? Não será esse o seu caso? O que escreveu é um atentado à cultura portuguesa, à educação e aos seus intervenientes, alunos e professores. Alunos e professores de ontem e de hoje, porque eu já fui aluna, logo de 'inúteis', como o senhor também terá sido. Ou pensa hoje de forma diferente para estar de acordo com o sistema?


O senhor tem filhos? - a minha ignorância a este respeito deve-se ao facto de não ser muito dada a ler revistas cor-de-rosa. Se os tem, e se estudam, teve, por acaso, a frontalidade de encarar os seus professores e dizer-lhes que 'são os inúteis mais bem pagos do país.'? Não me parece... Estudam os seus filhos em escolas públicas ou privadas? É que a coisa muda de figura! Há escolas privadas onde se pagam substancialmente as notas dos alunos, que os professores 'inúteis' são obrigados a atribuir. A alarvidade que escreveu, além de ser insultuosa, revela muita ignorância em relação à educação e ao ensino. E, quem é ignorante, não deve julgar sem conhecimento de causa. Sei que é escritor, porém nunca li qualquer livro seu, por isso não emito julgamentos sobre aquilo que desconheço. Entende ou quer que a professora explique de novo?

Sou professora de Português com imenso prazer. Oxalá nunca nenhuma das suas obras venha a integrar os programas da disciplina, pois acredito que nenhum dos 'inúteis' a que se referiu a leccionasse com prazer. Com prazer e paixão tenho leccionado, ao longo dos meus vinte e sete anos de serviço, a obra de sua mãe, Sophia de Mello Breyner Andersen, que reverencio. O senhor é a prova inequívoca que nem sempre uma sã e bela árvore dá são e belo fruto. Tenho dificuldade em interiorizar que tenha sido ela quem o ensinou a escrever. A sua ilustre mãe era uma humanista convicta. Que pena não ter interiorizado essa lição! A lição do humanismo que não julga sem provas! Já visitou, por acaso, alguma escola pública? Já se deu ao trabalho de ler, com atenção, o documento sobre a avaliação dos professores? Não, claro que não. É mais cómodo fazer afirmações bombásticas, que agitem, no mau sentido, a opinião pública, para assim se auto-publicitar.

Sei que, num jornal desportivo, escreve, de vez em quando, umas crónicas e que defende muito bem o seu clube. Alguma vez lhe ocorreu, quando o seu clube perde, com clubes da terceira divisão, escrever que 'os jogadores de futebol são os inúteis mais bem pagos do país.'? Alguma vez lhe ocorreu escrever que há dirigentes desportivos que 'são os inúteis' mais protegidos do país? Presumo que não, e não tenho qualquer dúvida de que deve entender mais de futebol do que de Educação. Alguma vez lhe ocorreu escrever que os advogados 'são os inúteis mais bem pagos do país'? Ou os políticos? Não, acredito que não, embora também não tenha dúvidas de que deve estar mais familiarizado com essas áreas. Não tenho nada contra os jogadores de futebol, nada contra os dirigentes desportivos, nada contra os advogados.
Porque não são eles que me impedem de exercer, com dignidade, a minha profissão. Tenho sim contra os políticos arrogantes, prepotentes, desumanos e inúteis, que querem fazer da educação o caixote do (falso) sucesso para posterior envio para a Europa e para o mundo. Tenho contra pseudo-jornalistas, como o senhor, que são, juntamente com os políticos, 'os inúteis mais bem pagos do país', que se arvoram em salvadores da pátria, quando o que lhes interessa é o seu próprio umbigo.

Assim sendo, Sr. Miguel de Sousa Tavares, informe-se, que a informaçãozinha é bem necessária antes de 'escrevinhar' alarvices sobre quem dá a este país, além de grandes lições nas aulas, a alunos que são a razão de ser do professor, lições de democracia ao país. Mas o senhor não entende! Para si, democracia deve ser estar do lado de quem convém.

Por isso, não posso deixar de lhe transmitir uma mensagem com que termina um texto da sua sábia mãe:            

"Perdoai-lhes, Senhor Porque eles sabem o que fazem."


Ana Maria Gomes
Escola Secundária de Barcelos

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Para ter em conta no próximo dia 5 de Junho.

Porque silenciam a ISLÂNDIA?

(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna - pública e privada com incidência no sector bancário - e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.

Sócrates foi dizer à Sra. Merkle - a chanceler do Euro - que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.


Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele.

Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.

Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.


Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.


A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas "macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).


País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.


Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal "ajuda" ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para "tapar" o buraco do principal Banco islandês.


Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.


O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.


Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.


Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.


Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.


Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não "estragar" os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.

As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.

Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.

O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.

Francisco Gouveia, Eng.º

Iberia prepara-se para a privatização da TAP

30 Março 2011 | 13:51

Jornal de Negócios Online -
negocios@negocios.pt

Companhia aérea espanhola não descarta o interesse na TAP, numa altura em que o processo de privatização da empresa portuguesa parece cada vez mais perto.

A notícia é avançada pelo "Cinco Días", que contactou responsáveis da IAG - empresa que resultou da fusão entre Ibéria e a British Airways - e revela que a companhia está atenta ao processo de privatização da TAP.

Fontes oficiais da IAG afirmam que "há sempre interesse em que novas companhias aéreas façam parte da IAG, no futuro", adiantando que "qualquer companhia aérea que se junte à IAG no futuro" não alterará a estrutura actual da empresa, que passou por um processo de reestruturação para incorporar as actividades das duas companhias aéreas.

Fonte oficial da empresa, em Londres, não se quis pronunciar sobre o interesse na TAP, afirmando apenas que "não é política fazer qualquer tipo de comentário sobre rumores ou especulações".

O Governo português tem estado a preparar a privatização da TAP, tendo já contratado o Citigroup para avaliar a companhia aérea portuguesa.

Ainda hoje o Negócios noticiou que a demissão do Governo não está a travar os trabalhos para a privatização da TAP. A avaliação da companhia já arrancou e deverá estar concluída até ao final de Maio.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

QUEM É AFINAL MIRA AMARAL?

Mira Amaral - um homem sem vergonha

por Carlos Fonseca

Mira Amaral, engenheiro de base e economista por pós-graduação, resolveu sair também a terreiro e proclamar: "a economia portuguesa não aguenta mais impostos". Ao estilo de sábio membro do 'Conselho de Anciãos', a ilustre figura avisa: "é urgente, é imperioso fazer cortes do lado da despesa...". O aviso, claramente dirigido ao seu partido, é redundante, se tivermos em conta as posições da direcção do PSD, a quem, Mira Amaral, se pretende colar.
De há muito, a falta de vergonha dos homens públicos é fenómeno comum, mas Mira Amaral é um destro praticante da ignomínia. Integrou os quadros do BPI, transitando do adquirido Banco de Fomento, privatizado nos anos 90. No início da década actual, reformou-se do BPI com indemnização e pensão substanciais. Algum tempo depois, ingressou na CGD, por influência do PSD; porém, ao final de 18 meses, viria a deixar a instituição do Estado, com uma obscena pensão de reforma de mais de 18.000 euros mensais; e não foi o único, porquanto também o seu ajudante de campo e ex-secretário de estado, eng.º Alves Monteiro, teve percurso semelhante, embora a valores mais baixos. Até Bagão Félix, então Ministro das Finanças, benfiquista de alma e coração, ficou verde.
Hoje, Mira Amaral, administra o Banco BIC, ao serviço de Amorim e de Isabel dos Santos, a princesa do reino de Angola. Um homem que, além de retribuições de privados que não discuto, em função da desfaçatez de arrecadar cerca de 250.000 euros anuais de uma instituição pública, perdeu a moral - e igualmente a vergonha - para falar em desperdícios de dinheiros públicos, mormente em cortes de despesas.
Sr. Mira Amaral: ajude o País, prescindindo da abjecta situação de reformado da CGD!
Mas, na vida pública de Mira Amaral, existem outras passagens funestas para o País.
Como Ministro da Indústria de Cavaco Silva, entre 1987 e 1995, ordenou, por exemplo, o esquartejamento da estrutura industrial portuguesa. O processo de desindustrialização integrou, por exemplo, todo o grupo CUF / Quimigal e foi executado, por um outro homem de mão de Amaral, o célebre António Carrapatoso; homem que, há pouco tempo, esteve na Universidade de Verão do PSD, na qualidade de eminente prelector sobre problemas da economia portuguesa que ele, o seu chefe Mira e o supremo Cavaco tanto fragilizaram com uma política de privatizações, a favor de companhias estrangeiras, criticada publicamente por José Manuel de Mello, Lúcio Tomé Feteira e outros industriais. 

Crise???? Para Quem?

Ao ponto a que isto chegou!!!

Ainda hoje os "aprendizes"   que ainda estão no "berçário"  da AR  e futuros Ex -qualquer cargo politico, discutiam  se deviam ou não  prescindir da água engarrafada ! Grande poupança ! Mas não discutem outras  regalias como as "senhas de presença"  a que os trabalhadores não teem direito  porque é
sua obrigação ir trabalhar! Não é para isso que são pagos ?
Enquanto houver tantos tachos e "governinhos & governanços" este país jamais levantará a cabeça!


Sublinho que os 7427 euros que cada um, em média, recebe por reunião correspondem a cerca  de 17 salários mínimos!!!

E anda por aí muita gente com fome a revoltar-se contra os direitos humanos na China. E nós por cá?

Em que condição está um trabalhador, com família, que anda a  trabalhar 17 meses para ganhar aquilo que um nababo ganha numa ou duas horas!!!

Até custa a crer que possa ter credibilidade, reflecte falta de  pudor e é de uma imoralidade assustadora com ou sem crise Global.

Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI-20,  os administradores não executivos - ou seja, sem funções de gestão - receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os  responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário  obtido em 2009.

Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que o salário varia conforme as empresas em que "trabalham".

Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o  mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da
assembleia-geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia.

E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas. Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em  média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.

O segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em 2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da mesa da assembleia-geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria.

Segue-se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo  na Brisa, EDP renováveis e Reditus, entre outros cargos. O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.

José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas  cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não  divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos.
Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.

Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI,  António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está  contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do  relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais  de 3700 euros.

Apesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não executivo, o vice- reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor Gonçalves,  recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700  euros por reunião.


dn.pt, 16 Abril.

Nota: não haverá por acaso qualquer ligação entre isto, o  "déficit", e a situação de total descalabro do país? Se estes senhores são tão bons  para ganharem tanto dinheiro só para assistirem a reuniões e manifestarem as suas opiniões, como pode o país destes senhores encontrar-se no estado em  que se encontra? Qual é o real valor, a credibilidade e o reconhecimento internacional destes senhores tão bem pagos e que andam há tantos  anos "por aí" na vida política e empresarial portuguesa? (estas "dúvidas" estendem-se aos administradores executivos que sempre farão um pouco mais que assistir a reuniões e mandar "palpites"... e por isso sempre ganharão um pouco mais).

É urgente varrer este País...

Autor desconhecido.