domingo, 13 de fevereiro de 2011

Dar o nome "Carlos Castro" a uma rua? Vão gozar outro!

Um grupo de amigos de Carlos Castro, em que se inclui La Féria, propõe ao
presidente da Câmara de Lisboa que o nome do cronista seja incluído na
toponímia da cidade" in Correio da Manhã

Não me vou ficar pelo óbvio que seria dizer apenas e só: quem foi Carlos
Castro para dar o nome a rua, esquina, rotunda ou beco? Tem falecido muita
gente de grande valor nos últimos tempos. Relembro a recente perda do
jornalista Carlos Pinto Coelho, um grande, enorme comunicador e ícone da
cultura e sua transmissão neste país. Mas pelos visto é outro Carlos quem
está na calha para ser eternizado dando o seu nome a uma rua. Eu sugiro
antes uma ladeira ou rampa. Não era ele que servia de rampa de lançamento
para tudo o que é pára-quedista social?

Estou a ver daqui a uns anos o avô com o netinho pelo braço, a passearem e a
disfrutar do sol da capital quando o petiz se sai com esta: "ó avô quem foi
o Carlos Castro?" "Quem? Diz o velhote visivelmente atrapalhado..." "Ali avô
- apontando - a placa diz rua Carlos Castro." "Ah sim meu filho... Olha esse
senhor lançava muita gente no mundo cor-de-rosa com as suas crónicas de
grande veia poética e conhecimentos no mundo do jet-set. Sabes o que é o
jet-set filho? "Não avô, o que é isso?"

"Olha rapaz em Portugal o jet-set são aqueles tesos que não têm dinheiro
para comprar um pacote de sugos mas que parecem varejeiras em volta das
festas do social. Desde que haja imprensa especializada em revistas de
leitura de Wc eles estão lá. Tarólogas, bruxos, manequins tenrinhos,
desconhecidos ou conhecidos porque apareceram 2 minutos na televisão a dizer
bacoradas e depois um grupo de gente que o teu avô não sabe bem o que faz ou
como ganha a vida, mas que tem sempre um diminutivo no nome: Vivis,
caquis,mimis, cócos, pipis, xonés e assim." "Não estou a entender avô...
Olha filho nem eu mas é assim querido.

Então e o que aconteceu ao senhor?" "Bem, o senhor foi viajar e a coisa
correu mal. Lembras-te quando o avô te diz que é perigoso para os miúdos
pequenos abrirem garrafas de vinho sozinhos? Mas deixa lá isso a avó depois
explica-te melhor..."

Se querem eternizar a vida de Carlos Castro sugiro um show travesti. Algo
que ele adorava, faz mais sentido. Até dou umas dicas ao encenador La Féria:
"As bichas de Nova Iorque" se for musical ou "E tudo o vento do túnel de
metro levou" se for drama. Agora deixem-se é de ideias bacocas. Chamaram de
tudo à população de Cantanhede por fazerem a missa e a vigília de
solidariedade e agora querem dar o nome de uma rua da capital ao Carlos
Castro? Antes dele estariam milhares de pessoas. Milhares.

Autor Desconhecido

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